Prestes a estrear na Repopulate Mars, Doug! fala sobre a repercussão de “Renegade 2.1”

Por Lu Serrano

Foto de abertura: Maik Photographer

Se no último ano vimos uma potente onda de novos nomes brazucas se destacando na cena da música eletrônica internacional, principalmente, produtores de tech house, podemos aguardar um 2023 com ainda mais groove e hats com tempero BR.

Doug! faz parte desse time que tem agitado as pistas com produções musicais cheias de personalidade e características que dizem muito sobre a sonoridade brasileira, entre elas, temas, vocais criativos e dançantes.

O DJ e produtor é apaixonado por música desde a infância, mas, foi no tech house que encontrou a sua verdadeira inspiração dentro da produção musical. Começou a tocar em 2009, e a produzir em 2017. “Sempre gostei do tech house, porém, no Brasil, já rolava uma outra cena, um som mais parecido com eletrohouse. O Brasil está com uma safra boa de produtores talentosos fazendo tech house e que às vezes só precisam ser vistos ou ouvidos [rs]”, conta.

Foto: Maik Photographer

Com pouco mais de cinco anos desde o seu primeiro lançamento, Doug! recentemente viu seu nome cair nas graças de grandes nomes desta vertente e, detalhe, com uma track que ainda não foi lançada.

Este será o primeiro release do produtor pela Repopulate Mars, umas das gravadoras mais cobiçadas por artistas de todo o mundo e comandada por Lee Foss, que vem tocando “Renegade 2.1” há algum tempo, assim como Amine Edge & Dance, Bleu Clair, Chris Lake, Diplo, Fisher, Gabe, Gordo, John Summit, Joshwa, MALAA, Marc Kinchen, Martin Ikin, Paskman, Solardo, Sonny Fodera, WADE, Wax Motif, e a lista é forte! Inclusive, em sua última passagem pelo D-Edge, Lee Foss convidou Doug! para participar do seu set. Imagina a honra!?

Prevista para chegar às principais plataformas de streaming dia 17 de fevereiro, “Renegade 2.1” traz o icônico refrão de “The Renegade”, de Friend Within, que deu um match perfeito com o tech house de Doug!, com scratches e breaks cheios de energia. “Esse vocal foi cantado por um profissional cover contratado diretamente pela equipe de produção da Repopulate Mars. Isso pra mim foi mais uma prova de que realmente a track tem um grande potencial, pois investimos muito tempo e energia para chegar até aqui. Foram dois longos meses de trabalho duro para chegarmos ao resultado final”, destaca.

Batemos um papo com Doug! que já tem lançamentos agendados após sua estreia na Repopulate Mars, como Critério, CUFF, Divided Souls, G-Spot, LouLou Records, entre outras.

HM – Como surgiu a ideia de produzir a sua própria versão da clássica “The Renegade”?

Eu me lembro bem, foi em abril de 2021. Me lembro que estava meio perdido e desanimado pois estávamos no meio de uma pandemia e não tinha perspectiva nenhuma de voltar tocar.

Sem criatividade para produzir, comecei a brincar ali no meu System 1 da Roland, achei um timbre legal e fiz ali a estrutura do bass. Ainda sem vocal, comecei a trabalhar na percussão e tal, criando ali a intro, até que cheguei no break da track. É muito engraçado dizer isso, mas, me lembro que na época tentei uns 20 vocais e nenhum deles deram certo [rs]. Até que do nada me deparei com uma acapella que já tinha em meu computador perdida em uma pasta e que encaixou perfeitamente na track.

Me lembro que nesse dia virei a madrugada sem dormir de tanta empolgação, pois, realmente, o vocal transmitia uma energia muito boa. Foram dois dias de trabalho intenso e finalizei a track. Costumo dizer que as melhores tracks são as que começam e já terminam em pouco espaço de tempo.

Foto: Maik Photographer

HM – O que você trouxe de diferente para a sua versão?

É até difícil de explicar, porque realmente a vibe da track ficou muito irada. Eu não conseguiria responder essa pergunta sem falar de um personagem que realmente contribuiu muito pra isso. Como foi o primeiro DJ a dar suporte, o WADE deu algumas dicas de melhorias ali, como o marcante scratch antes do drop que chama muita atenção. Outra coisa que acredito que o que realmente funcionou são os três breaks. Consegui colocar toda energia possível nos três. Acho que consegui transferir tudo que queria realmente nesta faixa, e o efeito é que por onde toca, não passa despercebida.

HM – Como você recebeu a notícia que lançaria “Renegade 2.1” pela gravadora principal de Lee Foss, a Repopulate Mars? Rolou algum feedback do label boss?

O WADE estava tocando quase em todas as gigs e realmente a track estava bombando demais, mas, até aí, tudo normal. Ele me dava vários feedbacks positivos e ficava muito feliz com isso. Mas, tudo mudou quando ele tocou a track no festival Kappa FuturFestival 2022, na Itália, e o 1001 Tracklists, maior banco de dados do mundo sobre o repertório de DJs, postou o vídeo do WADE tocando a “Renegade 2.1” nas redes sociais deles. Fiquei sem acreditar aquele dia, daí em diante, começou a aumentar as solicitações de seguidores em minhas redes sociais e pedidos da track.

Ainda no mesmo dia, do nada chega em meu Instagram uma mensagem, um cara que eu já sou fã há muito tempo e que me deu a visão de que realmente eu havia acertado nesta faixa. Lee Foss me chamou e me pediu a track para tocar na Repopulate Mars, em Ibiza, e logo na sequência já me convidou para lançar ela em sua principal label.

HM – A track vem recebendo importantes suportes de grandes nomes da música eletrônica nacional e internacional. O que representa esse aval dos big names? Qual foi o suporte que mais te surpreendeu e por quê?

Esta pergunta é meio difícil de responder, até porque, a “Renegade” vem recebendo vários suportes de grandes artistas que admiro desde quando nem sonhava em ser DJ. Acho que um dos mais importantes ali foi o do WADE, que realmente exibiu ela para o mundo e me trouxe imediata felicidade, porém, não tenho palavras para descrever a sensação de ver Fisher, Lee Foss e Gabe tocando ela.

HM – Se tem um momento perfeito para usar essa track na pista, qual seria?

Gosto sempre de abrir com ela, pois realmente o scratch dela ali antes do drop chama muita atenção e traz toda a atenção da pista para o DJ.

HM – Qual a expectativa para o lançamento, no dia 17 de fevereiro?

A expectativa é muito grande, eu e minha equipe temos muito trabalho pela frente. Trabalho de vídeos de pré lançamento, fotos. Estamos trabalhando incansavelmente para que seja tudo perfeito.

HM – Pelo visto você está começando com o pé direito o ano, já emplacando em uma das principais gravadoras da cena da música eletrônica em todo o mundo. Quais são os planos e expectativas para 2023?

A expectativa para 2023 é a melhor possível, muita coisa acontecendo em um curto período de tempo, várias propostas, algumas para tocar no exterior. Eu e minha equipe estamos digerindo tudo isso e organizando as ideias para tomarmos decisões assertivas. 2023 vai ser de muitas conquistas!

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