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OldChild mostra o gingado brasileiro em sua estreia pela Hellbent, de Cloonee; conversamos com ele

OldChild é um nome que ainda ouviremos muito falar nos próximos meses, dentro e fora do Brasil. O projeto, comandado por Victor Santos, é um dos que se destacam na nova geração de talentos do Tech House nacional, especialmente porque OldChild traz um toque diferente, ousado e totalmente abrasileirado em sua assinatura. 

Fundador da WDT Podcast, espaço que dá voz aos players do cenário eletrônico brasileiro, OldChild se dedica à música de forma completa. Seus trabalhos de estúdio já despertaram os olhares de artistas do calibre de Jamie Jones, Michael Bibi, The Martinez Brothers, Tim Baresko e Marco Carola, além de labels de amplo gabarito que já assinaram lançamentos do artista, como CUFF, Material, Nervous e South Of Saturn. 

Agora, dando um passo à frente em sua trajetória, OldChild acaba de conquistar uma importante estreia que ficará marcada em seu currículo. Convidado pelo próprio Cloonee, o brasileiro entra para o catálogo da Hellbent com o EP “Justiça, que chegou há poucos dias nas prateleiras digitais. Com duas faixas originais, sendo uma em colaboração com Gabss, o produtor apresenta a potência de seus grooves abrasileirados para o mundo. 

Conversamos com o artista para entender mais detalhes sobre este lançamento, além de conhecer mais a fundo a trajetória de sua carreira e outros aspectos que circundam suas referências. Confira!

House Mag: Você está desfrutando de um excelente momento de carreira e se posicionando como um dos grandes destaques da nova geração do Tech House nacional, como você descreveria sua jornada desde o início da carreira até aqui?

OldChild: Minha relação com a música se iniciou ainda criança quando comecei a tocar bateria na igreja com 7 anos de idade, dali pra frente eu comecei a me interessar por outros instrumentos e a música nunca mais saiu da minha vida. Quando eu estava com 15 anos (2009) eu fui com uma excursão para a Expomusic uma feira de música que rolava em São Paulo e lá eu vi um stand da Pioneer com diversos equipamentos e foi amor à primeira vista, eu já estava influenciado pelos primeiros vídeos do Tomorrowland que rolavam na internet naquela época.

Desde então eu comecei a buscar conhecimento e fui me desenvolvendo, comecei a me apresentar em festas locais, cheguei a ter um projeto duo onde lançamos algumas faixas. Mas foi só em 2017 que decidi iniciar o projeto OldChild e começar a lançar minhas primeiras faixas solo. 


Hoje poder ver grandes artistas que sempre admirei tocando minhas músicas nas maiores festas e clubs do mundo não tem preço, é algo que quando comecei achava impossível, parecia muito distante.  

O que te inspira a mesclar elementos do Tech House com influências da cultura brasileira em sua música? Quais são suas referências em termos de música brasileira?

OldChild: O que me inspira é a rica diversidade da nossa música. O Brasil tem uma cena musical vibrante, cheia de energia e autenticidade, e eu tento trazer isso para o meu universo. Muitas das minhas referências são artistas como Gilberto Gil, Djavan, Caetano Veloso e Jorge Ben Jor. Esses ícones influenciaram não só minha percepção de música, mas também a forma como eu incorporo elementos culturais nas minhas produções.

Quais são os principais desafios que você enfrentou ao buscar espaço no cenário eletrônico internacional? Você acredita que existem algumas barreiras que dificultam este acesso, sobretudo, para artistas brasileiros?

OldChild: Há algum tempo atrás existia uma certa dificuldade de ser ouvido no cenário internacional. Mas, durante a pandemia e após, a maioria dos grandes players deram espaço para novas músicas e essas barreiras foram gradualmente superadas com a ascensão de talentos brasileiros que estão ganhando reconhecimento mundial.

Quase todo set que ouço dos players gringos tem tracks de brasileiros.

Em questão de collab, você já executou o formato com diversos artistas do cenário que fazem um fit com sua identidade musical. Quais são as vantagens de produção musical em colaboração com outros players?

OldChild: A colaboração com outros artistas é sempre um aprendizado, permite a troca de ideias e técnicas que enriquecem o processo criativo. Além disso, é sempre divertido poder trabalhar com amigos, compartilhar vivências e ver como a música nos conecta.

Você pode compartilhar conosco um pouco sobre o processo criativo por trás do EP “Justiça” e como foi trabalhar com Gabss na faixa-título?

OldChild: O processo criativo rolou de forma muito natural, a ideia era transmitir uma mensagem que fosse facilmente compreendida em ambas as faixas.

Foi irado trabalhar com Gabss, ele trouxe uma profundidade e uma autenticidade que elevaram a faixa a outro nível. Eu já curtia o som dele a um bom tempo, estávamos em contato para produzir algo juntos quando a ideia surgiu, enviei para ele rapidamente fluiu.

Você acaba de conquistar uma estreia na gravadora de ninguém menos que Cloonee. Qual é a importância do suporte de outros artistas e gravadoras para sua carreira e crescimento como produtor?

OldChild: O suporte de outros artistas e gravadoras é crucial para a carreira de qualquer produtor. Ter o reconhecimento de alguém como Cloonee, por exemplo, não só valida o meu trabalho, mas também me coloca em uma plataforma de maior visibilidade. Esse tipo de apoio abre portas para novas oportunidades, colaborações e permite que minha música alcance um público mais amplo.

Sobre o papel das redes sociais e plataformas de streaming na promoção musical e no alcance de novos públicos: como você acredita que isso influencia seu trabalho?

OldChild: São ferramentas essenciais para entrega do trabalho e alcance de novos públicos, permitindo ir além da música e criar uma conexão com a galera.  

Como você percebe a cena da música eletrônica no Brasil atualmente e quais são suas expectativas para o futuro?

OldChild: Temos uma diversidade de talentos emergindo e ganhando reconhecimento internacional. O futuro parece promissor, com cada vez mais produtores brasileiros se destacando.

Minhas expectativas são de que essa tendência continue, com o Brasil se consolidando como um grande exportador de música eletrônica de qualidade.

O que podemos esperar dos próximos passos de Oldchild?

OldChild: Os próximos passos envolvem lançar novas músicas que continuem a explorar e expandir minha identidade sonora. Estou trabalhando em novas faixas e colaborações com artistas que admiro. Muitas novidades estão por vir!

Por Ágatha Prado

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