Por que o nome do Universo Paralello estava atrelado ao festival SUPERNOVA, que ocorria próximo à Faixa de Gaza?

Por Adriano Canestri

Foto: divulgação

No último sábado, 7, o grupo terrorista Hamas bombardeou Israel próximo à Faixa de Gaza e acabou atingindo uma rave que acontecia perto do local. Esse festival era organizado pela produtora de eventos Tribe Of Nova, e o nome da festa era ‘’SUPERNOVA: Universo Paralello Israel Edition’’.

Então o festival era do Universo Paralello? A resposta é não! A organizadora do evento licenciou o nome do festival brasileiro, o que já aconteceu várias vezes em diversos países ao redor do mundo durante os mais de 20 anos de existência do UP. E, ao licenciar a marca do evento o Tribe Of Nova também contratou Juarez Petrillo, o DJ Swarup, que é um dos fundadores do UP e gigante dentro da cena de psytrance mundial.

Sendo assim, o maior festival de psytrance da América Latina não organizou o festival diretamente. O nome, a identidade foi licenciado e as demais responsabilidades ficaram a cargo da produtora, assim como a escolha do local do evento. A advogada Ana Paula Figueiredo nos esclareceu como funciona o licenciamento de marcas. Segundo ela ‘’Quando a marca já possui um reconhecimento e prestígio consolidados no mercado, ela torna-se atrativa para outros produtores de eventos, como é o caso do Universo Paralello.

Para isso existem os contratos de licenciamento os quais estão relacionados com a proteção da marca e a manutenção de sua imagem. Esses cuidados visam proteger a integridade da marca, garantir sua identidade e evitar qualquer uso indevido ou prejudicial.’’

Em suas redes sociais, Alok postou um vídeo comentando sobre a situação, uma vez que muitas fake news sobre o Universo Paralello e seu pai estão circulando alegando que era Juarez o responsável pelo evento. ‘’Há o interesse de vários produtores internacionais de licenciarem a marca. Quando licenciam eles têm o direito ao uso do nome e do visual. Então o produtor local israelense chamado Tribe Of Nova contratou o direito do uso da marca’’, disse o DJ brasileiro muito abalado com o ataque e com a situação que seu pai vive, pois ainda está em Israel aguardando um avião para retornar ao Brasil.

Muito tem se perguntado nos últimos sobre porque fazer um evento tão próximo a uma zona tão perigosa e de constante conflito. O local onde estava ocorrendo a rave é bem conhecido na região e recebe eventos há mais de 20 anos, inclusive uma outra festa havia acontecido no dia anterior ao SUPERNOVA e tudo correu tranquilamente. Ana Paula também pontua que ‘’é essencial que o licenciado tome todas as medidas de segurança necessárias para prevenir incidentes e garantir a segurança dos participantes do evento licenciado. A implementação de medidas de segurança adequadas, como a contratação de profissionais qualificados e a conformidade com as regulamentações aplicáveis, pode ajudar a minimizar o risco de ocorrência de tragédias. No entanto, caso uma tragédia ocorra apesar das precauções, é fundamental tomar as devidas providências para lidar com as consequências legais e reputacionais.’’

Portanto, o Universo Paralello liberou o uso de sua marca para o evento SUPERNOVA. A rave acontecer no dia do ataque foi uma fatalidade, e infelizmente deixou centenas de fãs da música eletrônica feridos ou mortos.

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