Por redação
Foto de abertura: divulgação
A não ser que você more numa caverna ou seja fervorosamente contra novas tecnologias, você já deve ter perdido uns minutinhos trocando ideias com o ChatGPT, essa inteligência artificial inovadora e polêmica que tem dado o que falar neste ano.
Obviamente, nós aqui da redação fizemos o mesmo, inclusive para sentir o que o famoso robozin sabe sobre música eletrônica e cultura clubber. É verdade que algumas conversas não nos levaram a lugar algum e ainda há muito espaço pra melhoria da ferramenta (não, pessoal, não dá pra confiar em boa parte do que ela fala, em questão de dados), mas o fato é que rolaram uns papos bem interessantes.
Vamos trazer, ao longo das próximas semanas, partes desses diálogos que podem nos trazer insights particulares — seja sobre o tema em si, seja sobre a (falta de) capacidade da máquina.
Nosso primeiro teste veio com a pergunta que voltou a causar recentemente: funk é música eletrônica?
Pois bem. O começo nos indicava um papo fadado ao fracasso (e no fim, parecia que tava no começo), porque quando perguntamos se funk era música eletrônica, ele entendeu que estávamos nos referindo ao clássico funk americano — aquele do James Brown. Aqui já vai uma dica bem importante: você precisa ser bem específico na hora de fazer a sua pergunta.
Na segunda tentativa, quando perguntamos se o funk carioca pode ser considerado música eletrônica, as coisas mudaram de figura. Veja como foi — com intervenções nossas em negrito e itálico:
ChatGPT: O funk carioca, também conhecido como “funk carioca” [hmmm… cê jura?] ou simplesmente “funk”, é um subgênero do funk [de qual funk você tá falando agora, fio?] que se originou no Rio de Janeiro, Brasil, nas décadas de 1980 e 1990. É importante destacar que o funk carioca não é considerado música eletrônica, embora possa ter influências e elementos eletrônicos em algumas produções.
O funk carioca é caracterizado por batidas de bateria e baixo pesadas, letras muitas vezes explícitas e uma forte ênfase na dança. Tradicionalmente, o funk carioca é produzido com samplers, caixas de ritmos e outros equipamentos eletrônicos, o que pode levar a algumas semelhanças sonoras com a música eletrônica. No entanto, ele ainda é considerado um subgênero do funk [de novo… do que vc tá falando aqui, amigo?], com suas próprias características distintas.
É importante mencionar que existem outros estilos de funk além do funk carioca, como o funk americano, que mencionei anteriormente. Esses estilos podem variar em termos de sonoridade, influências e características específicas, mas nenhum deles é classificado como música eletrônica em sua essência.
HM: Por que não são classificados como música eletrônica? Quais as diferenças?
ChatGPT: ?Os gêneros musicais são classificados com base em suas características sonoras, influências históricas, técnicas de produção e elementos musicais distintos. Embora o funk carioca e a música eletrônica possam compartilhar certos elementos, existem algumas diferenças fundamentais entre os dois que os distinguem como gêneros musicais separados.
1- Raízes musicais: O funk carioca tem suas raízes no funk norte-americano, soul, R&B e música brasileira, como o samba [nosso amigo robô está precisando de mais aulas de história da música, né?]. Ele incorpora elementos percussivos, batidas dançantes e linhas de baixo distintas. Já a música eletrônica tem suas raízes na música experimental e na música pop dos anos 1970, com o uso predominante de instrumentos eletrônicos e tecnologia de produção musical.
2- Instrumentação e produção: O funk carioca tradicionalmente utiliza samplers, caixas de ritmo e outros equipamentos eletrônicos para criar suas batidas e sons característicos. No entanto, esses elementos eletrônicos não são exclusivos da música eletrônica, uma vez que também são utilizados em outros gêneros musicais. A música eletrônica, por sua vez, se baseia principalmente no uso de sintetizadores, sequenciadores, samplers e outros dispositivos eletrônicos para criar e manipular sons de forma mais ampla e exploratória.
3- Estrutura e forma: O funk carioca geralmente tem uma estrutura musical mais simples, com repetições de batidas e refrões cativantes. A música eletrônica, por outro lado, pode apresentar uma variedade de estruturas musicais complexas, como progressões harmônicas, camadas de texturas sonoras e desenvolvimento melódico.
4- Influências culturais e geográficas: O funk carioca é fortemente associado à cultura urbana do Rio de Janeiro, com suas letras muitas vezes abordando temas relacionados à vida nas favelas e às festas de rua. A música eletrônica, por sua vez, possui uma presença global e abrange uma ampla gama de subgêneros e estilos, cada um com suas próprias influências culturais e geográficas.
Essas diferenças nos elementos musicais, raízes históricas, técnicas de produção e influências culturais contribuem para a classificação separada dos gêneros funk carioca e música eletrônica. Embora possa haver sobreposição e influências mútuas entre os gêneros, eles ainda são considerados distintos em termos de estilo e características musicais.
Bom… Teve algumas bobagens e papo sem nexo aqui? Teve. Mas muita coisa realmente faz sentido. E aí tentamos ser ainda mais específicos porque estamos com tempo de sobra, agora que o ChatGPT faz metade do nosso trabalho pra gente:
HM: Cite todas as diferenças entre a produção de música eletrônica para a produção de um funk carioca, tecnicamente falando.
?
ChatGPT: A produção de música eletrônica e a produção de funk carioca apresentam algumas diferenças técnicas significativas. A seguir, vou citar algumas das principais diferenças entre os dois gêneros em termos de produção musical:
1- Estrutura rítmica e melódica: A música eletrônica geralmente tem uma estrutura mais complexa e elaborada em termos de ritmo e melodia [meu amigo, se você ouvisse uns lançamentos de house que saem por aí…]. Ela pode ser baseada em batidas e sequências rítmicas mais intricadas, enquanto o funk carioca geralmente apresenta uma estrutura mais repetitiva, com uma ênfase particular nas batidas do tamborzão [há controvérsias].
2- Instrumentação: A música eletrônica utiliza uma variedade de instrumentos virtuais, como sintetizadores, samplers, drum machines e sequenciadores, além de efeitos de áudio, como delays e reverbs. Por outro lado, o funk carioca muitas vezes se apoia fortemente em elementos percussivos, como tambores, caixas de ritmos e samples de vozes e instrumentos populares [nota 10 em geração de lero-lero, você tá de parabéns, ChatGPT!].
3- Edição e processamento de áudio: A música eletrônica tende a envolver uma quantidade maior de edição e processamento de áudio. Os produtores de música eletrônica frequentemente manipulam os sons, aplicam efeitos, ajustam equalização e realizam mixagens complexas para criar texturas sonoras únicas. No funk carioca, a edição e o processamento de áudio também estão presentes, mas podem ser menos elaborados em comparação com a música eletrônica.
4- Uso de samples: Ambos os gêneros podem fazer uso de samples, que são trechos de áudio pré-gravados incorporados à música. No entanto, o funk carioca é conhecido por sua extensa utilização de samples, muitas vezes retirados de músicas populares, discursos políticos, trechos de filmes e outros tipos de áudio reconhecíveis, enquanto a música eletrônica pode usar uma variedade mais ampla de samples e sons sintéticos [gente, sério que vocês tão com medo de perder emprego pra isso?].
5- Arranjos e estrutura musical: A música eletrônica pode variar em termos de arranjos e estrutura musical, mas muitas vezes apresenta uma abordagem mais livre e experimental [só se você estiver falando do Aphex Twin!]. Pode haver uma ênfase na criação de progressões e modulações complexas, bem como em mudanças dinâmicas e evolução ao longo da faixa. O funk carioca, por outro lado, geralmente segue uma estrutura mais direta, com repetição de seções e uma abordagem mais linear.
6- Estilos e influências: A música eletrônica abrange uma ampla variedade de estilos, como house, techno, trance, dubstep, drum and bass, entre outros, cada um com suas características sonoras distintas. O funk carioca tem suas próprias raízes e influências, com base na música de rua e nas festas do Rio de Janeiro, incorporando elementos de samba, rap e música eletrônica [ok, mas toda vertente da música eletrônica tem suas próprias características e influências, assim como o funk].
É importante destacar que essas são apenas algumas das diferenças técnicas entre a produção de música eletrônica e a produção de funk carioca. Ambos os gêneros têm suas particularidades e abordagens únicas, e há uma grande diversidade dentro de cada um deles [essa técnica de enrolar falando coisas óbvias eu aprendi nas aulas de redação do colégio e você não me vê aí pagando de super inteligência artificial não].
Como nós sofremos de TOC e autoestima baixa, continuamos dando corda…
HM: Tem mais alguma diferença?
ChatGPT: Certamente! Além das diferenças mencionadas anteriormente, aqui estão mais algumas distinções técnicas entre a produção de música eletrônica e a produção de funk carioca:
1- Variação de andamento: A música eletrônica frequentemente apresenta variações de andamento ao longo da faixa, como a introdução de breakbeats, acelerações e desacelerações graduais, ou mudanças bruscas de ritmo [frequentemente?]. No funk carioca, o andamento tende a ser mais constante e estável, mantendo uma batida contínua e dançante.
2- Uso de elementos vocais: A música eletrônica pode incorporar uma ampla gama de abordagens vocais, desde vocalistas cantando melodias completas até trechos de vocais sampleados e manipulados. No funk carioca, a presença de vocais é uma característica distintiva, com MCs que rimam e interagem com o público durante a música [é verdade, mas você claramente nunca foi num show do Steve Aoki].
3- Mixagem e masterização: Embora a mixagem e a masterização sejam processos essenciais em ambos os gêneros, a abordagem pode variar. Na música eletrônica, a mixagem pode ser mais detalhada, com ênfase na separação de elementos sonoros e espacialização. No funk carioca, a mixagem pode ser mais focada em criar uma sonoridade geralmente “crua” e “pesada”, com ênfase nas batidas e nos vocais.
4- Elementos estilísticos: A música eletrônica é conhecida por suas texturas sonoras complexas, camadas de sintetizadores, pads atmosféricos e uso de efeitos espaciais. O funk carioca, por sua vez, costuma se destacar por suas batidas marcantes, linhas de baixo pulsantes e elementos percussivos intensos, como o característico “tamborzão”.
É importante ressaltar que essas diferenças são gerais e podem variar dependendo do subgênero específico de música eletrônica ou do estilo individual do funk carioca [o maluco escreveu 30 páginas pra depois meter um: “veja bem, não necessariamente alguma coisa que eu falei aqui é verdade”]. Ambos os gêneros têm uma ampla diversidade de abordagens musicais e técnicas de produção, sendo influenciados por artistas, produtores e regiões geográficas específicas.
Foi aí que nossa chefe puxou o cabo do MacBook de 1996 que temos na redação e nos chicoteou com ele pra que parássemos de bater palma pra maluco dançar e fizéssemos alguma coisa útil de verdade, ou então nos trocaria por uma inteligência artificial.
Agora vamos a alguns pontos importantes, escritos por um ser humano:
* O funk carioca/brasileiro vem do miami bass, estilo que em nenhum momento nosso amigo supostamente superdotado mencionou. A única relação dele com o funk americano é o nome mesmo, já que ele começou a se desenvolver nos bailes do Rio em que a galera originalmente curtia funk e dava umas abrasileiradas nas letras.
* Música eletrônica normalmente pode ser usada pra se referir a dance/club music, mas na verdade o termo mesmo é mais antigo que a sua bisavó e pode se referir a basicamente qualquer coisa que… bem, tenha elementos sintéticos, como sintetizadores e beats. Nesse contexto, o rap e o funk entram. Até a Ivete Sangalo entra.
* Nós, seres humanos, convencionamos em chamar estilos mais tradicionais dos clubes de música eletrônica, como house, techno, trance e etc., enquanto estilos como funk e rap (e até o trap), que são produzidos de maneira similar, acabaram em prateleiras diferentes por pertencerem a tribos, culturas, história, padrões de consumo e espaços diferentes. É basicamente isso.
* O ChatGPT é super útil pra otimizar tempo de algumas tarefas, mas é preciso checar tudo. Sério, na hora de se informar, não se guie por ele! E se você se sentir ameaçado de perder o emprego HOJE pra esse robô, é porque o seu trabalho deve ser completamente inútil mesmo.
Bjs e até a próxima! ;)