Conheça os artistas eletrônicos do Primavera Sound São Paulo 2023

Por Lau Ferreira

Pet Shop Boys. Foto: Phil Fisk/Reprodução

Nos dias 2 e 3 de dezembro, no Autódromo de Interlagos, o conceituado festival catalão Primavera Sound realizará sua segunda edição em São Paulo. Serão mais de 30 atrações, com alguns dos mais destacados projetos do rock, do pop e da música eletrônica na atualidade.

Sim, vai ter muita música eletrônica! Embora nem todos os artistas que possam se enquadrar no estilo façam música de pista e sejam da cena clubber propriamente dita, há muitos projetos interessantes que apostam em outros formatos, mas têm, de alguma forma, os beats e os synths como parte essencial do seu trabalho. Vamos a eles?

Pet Shop Boys

Eis o exemplo perfeito do que estávamos falando. Embora seja um projeto de synth-pop, alguém tem coragem de negar a relação do Pet Shop Boys com a música eletrônica?

Formado em 1982 por Neil Tennant (vocais, teclados, guitarra) e Chris Lowe (teclados, vocais), o duo britânico se estabeleceu como um dos maiores e mais influentes de todos os tempos, e é, certamente, uma das atrações mais esperadas deste Primavera Sound São Paulo.

Grimes

Cantora, compositora e produtora musical (e mãe de dois filhos de Elon Musk), a canadense Claire Elise Boucher vem brilhando mundialmente como Grimes há mais de dez anos.

Bastante experimental, mas sempre tendo a música eletrônica como base, a artista já lançou cinco álbuns de estúdio. O terceiro, “Visions”, de 2012, ganhou o troféu de “Álbum Eletrônico do Ano” no Juno Awards (prestigiada premiação musical britânica), enquanto o quarto, “Art Angels”, de 2015, foi eleito o melhor LP do ano por diversas publicações especializadas.

The Blessed Madonna

Enfim, chegamos à primeira DJ da lista! E que DJ! A americana Marea Stemper, mais conhecida como The Blessed Madonna (antes, The Black Madonna), é uma das artistas mais conceituadas da cena house/techno mundial.

Conseguindo a façanha de ser adorada tanto no mainstream quanto no underground (já trabalhou com nomes como Dua Lipa, Elton John e Paul Epworth), Marea também é conhecida por sua firme postura de militância por um mundo mais inclusivo.

Cansei de Ser Sexy

Uma das bandas mais originais da efervescente cena electro-indie-roqueira dos anos 2000, a paulistana Cansei de Ser Sexy conquistou uma rara reputação internacional, sendo, inclusive, um dos poucos projetos brasileiros a ter se apresentado na edição principal do Lollapalooza, em Chicago.

Desde 2013, época do seu último álbum de estúdio (“Planta”), o grupo formado em 2003 andou numa espécie de hiato, com poucos shows e quase nada de música nova. Agora, em sua primeira performance desde 2019, fica a expectativa de um retorno triunfal e pra valer. Será?

Róisín Murphy

Cantora, compositora e produtora musical com quase 30 anos de carreira, a irlandesa Roísín Murphy é outro grande nome a construir uma reputação cult-pop ao mesclar vertentes da house com synth-pop. Nos anos 1990, fez parte do duo Moloko, antes de trilhar uma carreira solo de muito sucesso.

Em julho, gravou sua primeira apresentação para o Boiler Room (veja acima), com direito a músicas inéditas que irão integrar seu próximo álbum, “Hit Parade”, aguardado para 08 de setembro.

TOKiMONSTA

Filha de imigrantes sul-coreanos nos EUA, a DJ e produtora Jennifer Lee tem uma carreira consolidada e estabelecida há 15 anos como TOKiMONSTA. Primeira mulher ásio-americana a ser indicada a um Grammy na categoria “Melhor álbum dance/eletrônico”, por “Lune Rouge”, seu terceiro LP, lançado em 2017.

O álbum foi o primeiro desde que Lee teve a Síndrome de Moyamoya, doença rara que, ao obstruir sua circulação sanguínea no cérebro, afetou sua compreensão de fala e de música. O diagnóstico veio em 2015, e a artista teve de passar por delicadas cirurgias cerebrais até conseguir, contra todos os prognósticos, recuperar aos poucos as suas capacidades.

Nelson D & Edgar

Adotado por um casal de italianos quando bebê, o manauara de origem indígena Nelson D é o projeto do DJ e produtor Davide de Merra. Depois de ser criado em solo itálico — onde, inclusive, cursou artes plásticas —, o artista voltou ao Brasil e criou seu projeto, que mescla o universo da música eletrônica com o seu background indígena.

Para o Primavera Sound, Nelson se apresenta ao lado do rapper Edgar, com quem lançou em março, pela Balaclava Records, o single “Três Palavras”, que, ao juntar elementos de funk, drum’n’bass e techno a uma estética cyberpunk brasileira, mostra o caldeirão de referências do produtor.

Marina Herlop

Pianista com formação clássica, a cantora e compositora catalã Marina Herlop é a mais intrigante e experimental da nossa lista. Produzido inteiramente no computador, seu terceiro e mais recente álbum de estúdio, “Prypiat”, lançado no ano passado, é uma boa amostra da abordagem criativa e inusitada da artista.

MC Bin Laden

Sim, ele também está aqui! Pioneiro do funk paulista, MC Bin Laden já colaborou com artistas do calibre de Diplo, Skrillex e Gorillaz, bombou na Europa, chegou a ser anunciado para tocar no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e agora vem como atração do conceituado Primavera Sound — mostrando que, apesar de ainda sofrer muito preconceito, para quem vê de fora, o funk brasileiro tem algo de especial e genuinamente cativante.

Você pode conferir o lineup completo e mais informações sobre o Primavera Sound São Paulo no site oficial.

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