Com muita inovação e ousadia, Curol é uma artista que você deve conhecer

Por Breno Loschi

Foto de abertura: Pedro Pini

Natural de Belo Horizonte, a DJ e produtora Curol vem ganhando espaço e sendo reconhecida cada vez mais na cena. Colecionando conquistas, a artista mineira recebeu, recentemente, o prêmio de melhor DJ brasileira pelo WME Awards e completou o seu primeiro milhão de plays em sua faixa “The Way” no Spotify.

Resgatando através da sua música a riqueza e cultura afro, a artista mineira consegue adicioná-las a house music, misturando sons orgânicos com groove e bass. Curol também é referência para muitas pessoas no quesito respeito. Sua ousadia é fundamental na mudança da indústria, encorajando mais mulheres a trabalharem com o que gostam e tendo mais visibilidade. 

Batemos um papo com a DJ e produtora para sabermos mais detalhes dessa caminhada que já começou premiada!

HM – Primeiramente, gostaria de parabenizá-la pela conquista no WME Awards desse ano, na categoria “DJ”! Essa edição teve recorde de indicações, com mais de 2.500 nomes, concorrendo ao lado de artistas como Eli Iwasa, Badsista. Uau! Como foi para você ter recebido esse prêmio? 


O sentimento é de gratidão, principalmente, por ser um reconhecimento espontâneo. Fiquei surpresa com a indicação, procurei entender como funciona e vi o quanto é um movimento unido e disposto a alavancar as mulheres. E acredito que toda a estrutura da indústria da música tem muito o que aprender com essa iniciativa, dando oportunidades e impulsionando artistas mulheres.

HM – Outro feito inédito que você fez parte, junto com a Mary Mesk, foi entrar como destaque na capa da Mint Brasil. Como tem sido fazer parte dessa revolução feminina dentro da cena? 

Percebo que algumas pessoas me têm como uma das referências na iniciativa dessa revolução. Começa a partir da minha ousadia no desejo de ter igualdade na cena. E, principalmente, mais respeito. Cansei de ficar na plateia do machismo de braços cruzados e me corroendo por dentro em silêncio, em rodinhas de assuntos babacas.

A vontade de inverter esse cenário foi mais forte que eu, e já há algum tempo, direciono meus esforços em atitudes que realmente vão me projetar para o lugar que sempre sonhei, e para além disso, também me sinto encorajada para impulsionar cada vez mais outras mulheres a trabalharem com o que gostam, sem medo de serem felizes ou de serem julgadas. Percebi claramente que o jogo muda (e pra muito melhor) quando o pensamento é coletivo.

HM – 2021 foi um ano pra lá de difícil. Mesmo passando por esse momento, seu nome foi sendo ainda mais reconhecido. O que você tem feito para agregar nas produções musicais e na sua carreira? 

Nas minhas produções, tenho sempre uma preocupação maior em entregar músicas mais originais e de qualidade. Quanto ao projeto artístico, a Nomadj, minha produtora de management, e eu, estamos trabalhando de forma 360° para que as entregas do projeto sigam alguns pilares que são fundamentais pra mim: inovação, identidade e ousadia. Nossa proposta é fazer com que a minha identidade “afro-brasileira” chegue para muitos ouvintes e proporcione uma boa experiência.

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Foto: divulgação

HM – “Drink, Sun & Beach”. Combina muito com o nosso Brasil, né? Qual é a proposta por trás dos seus sets e quais sentimentos você quer transmitir com essa série? 

É um set de aniversário comemorativo do projeto, que sempre solto no verão na intenção de criar uma atmosfera de good vibes praiana. 

HM – “Savanna”, collab com CEVITH foi seu último lançamento, um afro house carregado de melodias de guitarra e cheio de percussões africanas. Como foi o processo de criação dessa track?

Foi longa, mas tentarei resumir. Mandei uma ideia pro CEVITH, que sugeriu algo fora do comercial, daí ele mexeu, gravou as guitarras, mandou para mim a versão nove dentro da ideia dele, coloquei alguns synths melódicos, mas a finalização só se deu juntos na casa do CEVITH, em São Paulo. O primeiro drop caracteriza as ideias e elementos criados por ele, e o segundo por mim.

HM – Quais são os artistas referência para você? E quais são os artistas que te inspiram atualmente? 

São muitos, mas posso citar agora a ANNA e o duo Monkey Safari. Estou sempre descobrindo novos artistas e sonoridades que considero fora da curva. Atualmente, tenho acompanhado muito Sébastien Léger e Pablo Fierro.

HM – Me fala o nome de uma gravadora que você tem vontade de lançar. Por quê? 

Spinnin’ Records, por ser a maior de música eletrônica e que, além disso, “absorve” afro.

HM – O que podemos esperar da Curol em 2022? Solta algum spoiler pra gente :P 

Tocar em muitas festas e clubes legais e renomados. Ahhh! E um remix oficial para a Sandra de Sá.


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