Por redação
Foto de abertura: divulgação
2021, com certeza, é um dos grandes anos na carreira do DJ e produtor ZAC. Essa nova fase na trajetória do artista é brindada com uma agenda lotada de apresentações, após um ano de muita perseverança durante a pandemia.
De aprendiz a professor, com a paralisação dos eventos, o catarinense começou a dar aulas, produziu muitas tracks, criou sua própria gravadora – a Fluxo – e viu seu nome e tracks alcançarem novos patamares nas plataformas digitais.
Agora, depois de realizar um de seus sonhos – tocar no Laroc Club após seu ídolo Boris Brejcha – , ele segue para mais apresentações de sold out pelo país. Conversamos com ZAC sobre toda expectativa além do retorno das pistas. Confira!
Foto: divulgação
HM – Em todos esses anos de carreira, você esperava passar por um momento como este que ainda estamos passando?
Jamais imaginava passar por esse momento, mas acredito que ele foi necessário. No começo eu não entendia, mas hoje eu percebo e agradeço por tudo que passei. Foi um período de muito aprendizado. Se você observar se uma ótica diferente, só ficou na cena quem a ama de verdade, quem faz por amor. Foi uma grande limpeza, que trouxe novos ares, novas músicas e uma vida melhor do que antes.
HM – O que você fez durante a pandemia para se manter bem?
Tentei trabalhar muito a minha espiritualidade, minha saúde, minha cabeça. Quando a pandemia veio e percebi que ali tinha uma grande oportunidade. Eu estudei bastante e aprendi que na crise você pode crescer mais rápido. Logo de cara, entendi os sinais que o universo estava mandando e comecei a dar aulas, ensinar para quem sabia menos que eu e preparar essas pessoas para o mercado que viria no futuro.
Eu sempre fui atleta, desde os seis anos de idade, tentei manter isso sempre, fazendo exercícios, me alimentando bem, cuidando da minha família e dos meus alunos. Essas pessoas foram o ponto central para o crescimento que tive nesse período, ninguém faz nada sozinho, eu devo muito a minha família, amigos e alunos.
HM – Como foi a sensação de tocar pela primeira vez depois disso tudo? Consegue compará-la com algum outro momento da sua carreira?
Não tem comparação, porque as proporções do trabalho são muito maiores agora. Eu vivo o melhor momento da minha carreira e da minha vida. Consigo fazer uma oração antes de dormir e quando acordo somente para agradecer, porque realmente estou vivendo meu sonho de menino, ser um artista que toca sua música com verdade, sem precisar copiar ou imitar alguém pra fazer sucesso, sem precisar surfar algum tipo de onda. Eu faço o que faço da minha maneira e isso é tão verdadeiro que a energia da conta de colocar tudo no seu lugar.
HM – Você marcou presença na segunda noite de reabertura do Laroc Club, comandando o deck logo após de ninguém menos que Boris Brejcha. Abra o coração e conte-nos sobre essa experiência!
O Laroc foi incrível, simplesmente incrível, eu não imaginava um resultado tão bom. O começo foi um grande desafio, pois quando recebi a ligação do Silvio ele já me falou que eu tocaria depois do Boris, em uma noite sold-out, e que as coisas seriam um pouco complicadas por se tratar do Boris, um artista que tem um som forte e com bastante energia.
Mas eu aceitei o desafio por confiar na minha experiência como DJ também, porque pra mim existem dois mundos: do produtor musical e o mundo do DJ; e eu me considero muito mais DJ do que produtor, pois eu toco desde os 17 anos, ou seja, metade da minha vida até agora foi em cima dos palcos, então eu pensei `putz, beleza, vou tocar depois do Boris, vai ser difícil? Vai ser`. Mas ao mesmo tempo eu enxerguei aquilo como uma grande oportunidade, `nossa eu tenho uma chance de fazer uma coisa que será histórica, tocar em um dos maiores clubes do Brasil, depois de um artista tão relevante, se eu conseguir executar essa tarefa, o benefício será muito bom’, e foi o que aconteceu.
Então, como foi se apresentar no Laroc Club? Pra mim uma experiência totalmente única e inédita, porque o palco e o clube são bem grandes, o som é muito bom, então deu um friozinho na barriga, eu tava muito nervoso, muito tenso, achando inclusive em alguns momentos na festa que não conseguiria desenvolver a tarefa, mas quando começou o set eu já comecei a me soltar nas primeiras 2/3 mixagens.
A princípio meu set era para ser de 1h30 e acabou sendo de 2h30, então tive que mudar a estratégia na hora mesmo, e foi especial porque como é uma festa que teve muitas pessoas e as pessoas realmente gostaram da minha apresentação, foi incrível, porque o feedback e o pós-evento está sendo maravilhoso, consegui muitos novos fãs, mostrar minhas músicas para muitas pessoas que não conheciam, e agora me conhecem, e agora me seguem, e agora dizem que fiz a diferença na vida delas naquela noite e que elas gostam de ouvir o set no repeat para relembrar e reviver aqueles momentos. Ficou eternizado, tanto na minha memória quanto na da galera, e isso tá sendo muito especial, uma troca de energia e de amor surreal.
HM – Você tem mais de 10 shows marcados até o fim do ano. Como está a expectativa de voltar à rotina? Preparado?
A minha rotina nunca foi dessa maneira, hoje estamos com uma agenda cheia, eu não tinha vivido isso nessas proporções, de tocar em quatro festas no mesmo fim de semana, dois shows no mesmo dia, isso é novidade pra mim. É tudo muito fresh, mas eu me sinto preparado, mesmo com frio na barriga.
Eu estou vivendo um dia de cada vez, tentando não perder a rotina da minha vida, que é importante pra mim, estar com minha família, com meus cachorros, comer a comida da minha vó, praticar os esportes que gosto.
Mas eu sei que o tempo agora vai apertar e tenho que pegar a estrada para entregar para as pessoas o que elas desejam, isso necessita muita concentração e dedicação. Eu sou muito feliz tocando, estando ali colocando música para as pessoas dançarem, trocando energia com elas frente a frente, recebendo o carinho que elas têm por mim, o tempo passa muito rápido quando estamos fazendo o que amamos, por isso é importante aproveitar cada momento e viver isso de forma intensa.
HM – O que as pessoas podem esperar do ZAC nessas apresentações?
O melhor ZAC de todos os tempos. Tenho estado muito concentrado nisso, em ser melhor do que ontem todos os dias, em surpreender as pessoas com coisas que elas não esperam e impactá-las com coisas positivas, levando uma mensagem que vai além da música boa, mas que tem a ver com paz, amor e união.
Eu gosto de mostrar pra elas que o DJ é um ser humano igual a todo mundo, que somos todos iguais. Por isso eu vou pra pista, junto com eles, tiro foto, converso e tento estar na mesma sintonia que todos.
HM – Um recado para quem acompanha e apoia o seu trabalho.
Eu me sinto mais motivado e feliz do que nunca, isso vai refletir em sets e músicas cada vez melhores, com mais energia. Quero agradecer a cada um de vocês que gosta do meu som, que vem me dando apoio e todo carinho que recebo todos os dias através das redes sociais ou até mesmo nos shows. Cada palavra, cada abraço, tudo me faz muito feliz!