Autenticidade e conexão: entenda a construção do perfil sonoro do Bikinis e Martinis

Por Isabela Junqueira

Foto de abertura: divulgação

Você já foi surpreendido hoje? Se não, agora chegou a hora. Falamos isso com tranquilidade, pois é exatamente esse o sentimento de entrar em contato com o trabalho dos amigos Gabriel Veronese e João Ferrari, que fundiram suas personalidade musicais no ousado, autêntico e divertido Bikinis & Martinis.


A amizade começou há um bom tempo atrás, mas estreitou mesmo na faculdade de música — e ali foi a grande virada que viabilizaria o Bikinis & Martinis pouco mais adiante. Em outubro de 2021, após incontáveis sessões em estúdio produzindo um pouco de tudo, Gabriel e João se conectaram de uma forma realmente distinta dando início ao duo. Eles contam a história, se liga!

“[Gabriel] Na época com 17 anos, já discotecava e tocava com minha banda na minha cidade e acabei entrando na faculdade de música estreitando, meus laços com o João, e desde então produzimos juntos. A cada ano que foi passando fomos criando mais conexão em produzir juntos e cada vez mais profissionalismo. Quando começamos a produzir todo dia juntos e tocar juntos no final de semana vimos que podia sair um projeto diferente dali, então a ideia do live que já vinha martelando nas nossas cabeças foi se concretizando, principalmente depois do curso com o Bry Ortega. Foi ele que escolheu o nome Bikinis e Martinis (nome da nossa festa na época e quando falamos pra ele, na hora disse que era a tradução do nosso som e que o nome do nosso projeto deveria ser esse). Desde então com um nome e um norte viemos trabalhando incessantemente para que o Bikinis e Martinis aconteça”, explica Gabriel.

João nunca imaginou seguir carreira na música ou tocar algum instrumento, foi só em 2016, depois de um tempo indo em festas que o interesse aflorou. “Descobri um cara que dava cursos de discotecagem (Fabrício Hutner, que é nosso amigo até hoje) e comecei a aprender, e podemos dizer que foi amor à primeira vista [rs]. Na época estava estudando e trabalhando para ser um programador, mas isso não era pra mim, e foi questão de pouco tempo até eu largar tudo e começar a me dedicar a música eletrônica, e alguns meses depois já tinha entrado no curso de produção também. Hoje vivo apenas da música”, conta.

O caminho de Gabriel foi diferente. “Desde que me conheço por gente lembro de sempre estar tocando um instrumento e compondo músicas, almejando um dia poder tocar pras pessoas”. Com pai músico e produtor, sempre viveu num ambiente musicalmente rico, desde festivais de jazz, até os discos de bandas da região que ele assistia o pai gravar em seu estúdio, ou mesmo observando a composição produção de jingles: “Isso me fez sempre olhar a música com uma visão mais profissional”, comenta.

Com uma infância cheia de bons modelos e muitos instrumentos depois, aos 16 decidiu de fato montar a primeira banda. “Nessa época eu já tinha umas 15 composições prontas, depois de um ano tocando na noite com a minha banda decidi que ia começar aprender a discotecar e foi aí que descobri o mundo da dance music e comecei a me aventurar nessa imensidão de possibilidades. Tenho o privilégio de trabalhar com música integralmente, com meu projeto solo com banda, discotecando  e com o projeto Bikinis & Martinis”, finaliza Gabriel.

Com personalidades contrastantes, sendo Veronese o “rockstar” e Ferrari o “nerd”, outro aspecto substancial para o triunfo do duo são suas referências equivalentes e complementares como Daft Punk, Marshall Jefferson e Quincy Jones, passando por Detroit Swindle, Frank Wiedemann, Harrison BDP, além de alguns brazucas como Gui Boratto, L_cio e o duo Nu Azeite.


Além de faixas autorais com amplo foco e características do house mesclando à energia e grooves da música brasileira, o Bikinis & Martinis também explora texturas contemporâneas apresentando releitura de alguns clássicos que vão desde Tom Jobim à Kanye West — uma combinação potente para fazer qualquer pista explodir.

O projeto musical que une personalidades tão diferentes como a Gabriel e João sucede pois percebe-se que suas individualidades são sempre respeitadas, criando uma conexão equilibrada e profunda, confluindo em um projeto autêntico e ousado, que teremos a chance de observar despontar com excelência. 


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