A importância do ADE para o desenvolvimento da cena eletrônica mundial. Dos shows ao bussiness.

Adriano Canestri

O ADE ocorreu entre os dias 18 e 22 de outubro e recebeu mais de 500.000 visitantes de todo o mundo, desde fãs que foram aos shows a agentes de artistas, produtores e peixes grandes do mercado.

Residido em uma das cidades mais importantes para a música eletrônica no mundo, Amsterdã, o ADE proporciona sempre um momento de muito aprendizado e desenvolvimento para aqueles que estão presentes.

Para os próprios fãs, que estão focados mais na diversão, em estar numa cidade que respira música eletrônica, é importante, pois primeiramente estão junto dos melhores DJs e produtores do mundo. Segundo que podem ver muita novidade que os artistas guardam para o ADE, uma vez que sabem que os maiores nomes do mercado da música mundial estarão ali atentos a todos os detalhes. Portanto, novas ideias e projetos estão sempre presentes no evento.

Os DJs iniciantes ou que estão começando a ganhar um espaço em seu nicho também podem adquirir conhecimento para desenvolver sua carreira nas palestras de outros DJs ou de gravadoras, labels importantes do mercado que debatem o futuro da indústria e qual a projeção para o mercado em alguns anos. Este ano o ADE teve a presença de muitos produtores de hip hop em diversas palestras em comemoração aos 50 anos do gênero, afinal os shows de rap também precisam de um DJ por trás comandando os beats.  Grandmaster Flash, um dos pais do hip hop, deu uma verdadeira aula para produtores e DJs e também para quem gostaria de saber mais sobre a cultura.

Para estes DJs também é uma excelente forma de fazer networking com grandes gravadoras, empresários, managers, assessores de imprensa. Não só para DJs, o ADE é um dos melhores locais para se fazer networking para quem trabalha com música eletrônica.

É possível comprar o passe PRO da conferência e ter acesso à plataforma com todos os inscritos, de todas as profissões, de gigantes a iniciantes, e fazer contato por meio da plataforma para marcar um encontro. Já que todos estão lá para fazer negócios e crescer na carreira, há muita disponibilidade de todos para marcar um café e conversar. Certamente também é possível marcar encontros sem ser pela formalidade da plataforma, este é um meio que o evento disponibiliza para facilitar e aproximar os participantes.

Este ano no ADE vimos brasileiros em palestras falando sobre suas carreiras, como é o caso de Dennis DJ, com mais de 20 anos como DJ de funk e já foi para diversos países, e Mochakk, que falou um pouco sobre o seu TikTok que viralizou e impulsionou muito sua marca na época da pandemia. Monique Dardene falou no painel do WME. Também vimos nossos conterrâneos brilhando atrás dos decks. Mochakk também tocou diversas vezes, as mais icônicas foram na loja da Hugo e na Loveland. Acid Asian, uma grande revelação deste ano, tocou no show case da KNTXT de Charlotte de Witte. Wehbba se apresentou no Awakenings e tivemos showcase do D-Edge, UAM Manager e da Kaligo Records.

O ADE Lab apresenta uma abordagem acadêmica da música eletrônica. Aspirantes a DJs, produtores, músicos, artistas visuais e criadores podem acessar mais de 200 workshops, demodrops, jam sessions, showcases e masterclasses liderados por profissionais da indústria.

No coração do ADE está o ADE Pro, o segmento de conferências feito sob medida para profissionais da indústria musical. Anunciado como “O melhor negócio e reunião de inspiração para a música eletrônica”, é aqui que titãs da indústria, incluindo Warner Music, Spotify, TikTok, Beatport e Sony Music começam a trabalhar.

Sendo assim, o Amsterdam Dance Event desenvolve a cena de música eletrônica em diversas camadas com novas conexões, inspiração para artistas novos e apresentação de novas ideias. Somado tudo isso aos maiores nomes do mercado em um só lugar, tanto quem gere nos bastidores quanto os DJs e produtores, o mercado se oxigena e recicla a cada encontro anual.

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