Chicks Luv Us, do underground francês para o mundo!

Por Louise Lamin

Foto de abertura: divulgação

Muito se fala a respeito do estourado duo francês Chicks Luv Us, que na última década ascendeu numa cadência de conquistas invejável. Lançamentos por selos como Hot Creations, Desolat, Elrow, CUFF e Relief Records, além de passagens pelo Pacha Ibiza, Ministry Of Sound, Studio 338 e tantos outros clubes pelo mundo – incluindo o Brasil, onde que possuem uma sólida base de admiradores – entram para a lista de feitos da dupla. 

No entanto, são poucos os detalhes encontrados a respeito do longo caminho percorrido até aqui. Um fato é que, tudo começou no underground da cena francesa, em meados de 2012, no Spartacus Club. Na época, Julien Nerani e Anthony Fonseca já atuavam há alguns anos como residentes do clube, quando decidiram unir talento e criatividade para criar o Chicks Luv Us. De lá pra cá, a parceria se estendeu também para além dos decks, e o duo criou dois selos para descobrir e impulsionar novos artistas – a CLU Recs e a Encasa Records. 

Foto: divulgação

Agora, queremos saber mais sobre o que está por trás desse misto de sonoridades groovadas e dançantes que enchem as produções da dupla e conquistam pistas ao redor do globo. Por isso, convidamos Chicks Luv Us para uma entrevista exclusiva. Confira! 

HM – Olá, meninos! É um prazer receber vocês aqui hoje, obrigada por toparem a conversa. Já se sabe que vocês começaram o duo lá em 2012, quando se encontraram no Spartacus Club. Mas querendo começar voltando um pouco mais na história, pra saber o que e quando despertou esse interesse de cada um na música eletrônica e como vocês começaram a carreira? 

Julien: Olá, House Mag! Obrigado por nos receber hoje, é um verdadeiro prazer para nós. 

Do meu lado, vem do meu irmão mais velho. Foi ele quem me educou durante toda minha infância, com o rap francês, rap Americano, e até house music, quando eu tinha 16 anos de idade. Quando comecei a ouvir este gênero eu estava absolutamente obcecado e nunca parei de ouvi-lo até hoje. Alguns anos depois, meu melhor amigo queria começar como DJ e nós lhe oferecemos tudo para começar, e comecei com ele para tocar só por diversão. No mesmo ano em que conheci Anthony, já estava tocando em um barzinho, nos tornamos amigos e comecei a tocar com ele neste bar. 

Anthony: Do meu lado, descobri também a música eletrônica de meu irmão mais velho. Ele escutava artistas como Daft Punk, Chemical Brothers ou Paul Johnson, e eu já curtia. Comecei a ouvir rádio a altas horas da noite e descobri muitos artistas novos. Por volta dos 15 anos de idade comecei a ir nas baladas e observava os DJs enquanto eles tocavam, e o poder que os DJs tinham sobre a pista de dança. Alguns anos mais tarde, conheci Julien enquanto tocava no barzinho da minha cidade e começamos a tocar juntos. 

HM – Agora, falando do Chicks Luv Us, logo após vocês formarem o duo, já tinham ideia da dimensão que chegariam? Quais foram as primeiras importantes conquistas como dupla que vocês se lembram? 

Julien & Anthony: Claro que não, não tínhamos nenhuma expectativa quando começamos a produzir música. Nós começamos porque queríamos aprender a tocar e nos divertir tocando nossas próprias faixas. Depois de alguns meses de produção, colocamos algumas previews de nossas faixas no SoundCloud e uma label da Alemanha, chamada Mono Recordings, entrou em contato conosco para lançá-la em vinil. 

Estávamos em choque, porque, como dissemos antes, não tínhamos nenhuma expectativa em relação à música. E para responder à segunda pergunta, podemos dizer que nosso primeiro lançamento, lançado em Vinil e já apoiado por Loco Dice, Nick Curly e muitos outros, foi nossa primeira conquista importante.

HM – Aliás, por curiosidade, de onde surgiu a ideia do nome para o duo [rs]?

Julien & Anthony: [rs] Estávamos esperando por esta pergunta. É simples, quando esta label nos contatou (Mono Recordings) não tínhamos nome de artista, então era a hora de encontrar um, e não foi fácil. Nosso inglês era tão ruim nesta época, e queríamos um nome que significasse uma frase, como “Tale Of Us”. Por isso, perguntamos ao Amine Edge, que já era nosso amigo nesta época (estávamos morando na mesma cidade), e ele achou este nome que nós adoramos como soava e tinha um significado engraçado. Ficou!

HM – Já são 10 anos de carreira como duo e nesse percurso vocês se estabeleceram como importantes nomes para o tech house internacional, com uma identidade sonora bem animada e bebendo influências do hip-hop dos anos 80 e 90. Como vocês construíram essa identidade musical em conjunto e como sentiram que ela evoluiu ao longo dos anos? 

Julien & Anthony: Exatamente, somos influenciados pelo hip-hop, mas, não só pode ser ghetto house, como r&b também. Adoramos experimentar drums, vocais deste tipo de música. House music é tudo uma questão de samples! 

HM – Nesse ponto da carreira, os highlights já são inúmeros. De passagens por clubes e festivais gigantes a selos de prestígio, queremos saber, quais momentos vocês consideram mais marcantes na trajetória de vocês como duo até agora? 

Julien & Anthony: Até agora um dos momentos mais importantes de nossa carreira foi este ano, quando finalmente confirmamos nosso lançamento da Hot Creations. Foi um dos nossos principais objetivos por muitos anos! Também podemos dizer que o dia em que Loco Dice confirmou nosso lançamento em sua label Desolat foi um grande marco para nós, pois sempre tocávamos música de Loco Dice e o que ele estava lançando em sua label, então ter nossos nomes entre todas esses incríveis produtores foi uma honra.

HM – Esse foi um ano de bons lançamentos, com quatro EPs e diversos singles. Como vocês consideram que está o momento atual da carreira? E, além disso, podemos esperar mais novidades em breve? 

Julien & Anthony: Sim, este ano foi um bom ano para nós sobre lançamentos, com nosso este da Hot Creations, mas não apenas ele. Para o futuro, vamos continuar insistindo e tentando lançar novamente na Hot Creations em todos os maiores selos desta indústria. Sobre nossa carreira, este ano foi o melhor para nós. Tocando todos os fins de semana em algum lugar da Europa ou da América do Sul, o que é algo para o qual estamos trabalhando há muitos anos. O que vocês podem esperar de nós é continuar a lançar música de qualidade e melhorar, trabalhando duro em nossas duas gravadoras CLU Recs e Encasa Records para torná-las maiores e ter um bom suporte sobre elas. 

HM – Para finalizar, neste último dia 3 de dezembro, vocês realizaram duas gigs no Brasil, em Curitiba e Joinville, e ao final do mês se apresentam também no Abstract Festival, em Sumaré, São Paulo. Com uma base bem forte de admiradores por aqui, como é pra vocês se apresentar em território brasileiro? 

Julien & Anthony: Nosso relacionamento com o Brasil é muito especial. A primeira vez que tivemos a oportunidade de tocar no Brasil veio de Amine Edge & Dance, que já tinha um nome muito grande com o seu Label, CUFF, e nos deram a oportunidade de tocar com eles no “Cuff Showcase”, na Fabriketa (São Paulo), El Fortin Club, e outra day party no mesmo fim de semana, mas, não me lembro do nome [rs].

Desde este dia, nos apaixonamos por este país, mas depois deste fim de semana incrível não viemos ao Brasil por dois anos, até aquela época em que Amine Edge & Dance nos convidou para tocar novamente para sua label na Usina 5 (Curitiba). A partir deste momento, tudo começou. As pessoas amaram nosso set e começaram a falar sobre ele, e Jonathan Posso entrou em contato conosco para começar a trabalhar juntos e construir nosso nome no Brasil.

Desde este dia Jonathan está trabalhando duro conosco e viemos várias vezes por ano para fazer turnês no Brasil e adoramos tocar aqui, adoramos como a festa brasileira e como as pessoas são legais conosco. Definitivamente, o povo brasileiro é especial e tão encantador conosco e esperamos continuar tocando no Brasil repetidas vezes por muito tempo. 

Obrigada pelo papo! 

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