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Artistas mulheres brasileiras crescem 252% em streams, mas sem representatividade da música eletrônica nos top charts 

Números ainda indicam predominância do sertanejo nos artistas e músicas mais ouvidas

A música brasileira sempre teve mulheres brilhantes destacando-se e várias escreveram seu nome na história como Elis Regina, Cássia Eller, Alcione entre muitas outras. No dia internacional da mulher, a Agência Lema apresentou um levantamento evidenciando que a relevância das mulheres brasileiras na indústria musical ainda se mantém nos dias de hoje.

O estudo mostra que nos últimos 5 anos artistas mulheres tiveram 252% de aumento nos streams do Spotify e quem mais consome essas artistas são as pessoas de 18 a 24, com predominância de mulheres (60%). Além disso, das 5 músicas mais ouvidas no país em 2023 todas são de mulheres ou tem a presença de artistas femininas.

A lista de artistas brasileiras mais escutadas em 2023 no Brasil:

1. Ana Castela

2. Marília Mendonça

3. Mari Fernandez

4. Luisa Sonza

5. Maiara & Maraisa

6. Anitta

7. Ludmilla

8. Lauana Prado

9. Gabriela Rocha

10. ANAVITÓRIA

O que podemos refletir acerca da lista e o momento atual da música eletrônica?

O mercado de música eletrônica no Brasil está crescendo a cada ano que passa. Os maiores produtos e artistas desse segmento estão vindo pra cá com frequência, o que desperta interesse das pessoas e atrai novos fãs.

Paralelo a isso, tem-se o aumento de talentos como produtores e DJs entrando no mercado, além de claro a manutenção de artistas já consolidados que ajudaram a construir esse movimento no país. 

Dessa forma, o Top House Mag 2023, divulgado em janeiro, teve a maior presença de artistas femininas da história com representatividade de 16% na lista geral. Dentre as artistas, tiveram veteranas como Eli Iwasa e ANNA e artistas jovens como Mila Journée. Tal feito faz com que o público feminino se identifique e se interesse cada vez mais com a música eletrônica vendo mulheres no comando do som com frequência.

Porém, a música eletrônica ainda está distante do mainstream no país, mesmo com o crescimento do mercado. Percebe-se isso pela lista de mulheres mais ouvidas, lista das músicas com mais plays e também quando se coloca os artistas masculinos na conversa. O domínio do funk e do sertanejo, principalmente, ainda é evidente.

Ana Castela

Top 5 artistas mais escutados no Spotify no Brasil em 2023:

1. Ana Castela

2. Henrique & Juliano

3. MC Ryan SP

4. Marília Mendonça

5. Jorge & Mateus

Alok foi o artista brasileiro mais escutado no exterior em 2023, o que mostra a relevância dele e da música eletrônica nacional, entretanto, no mercado interno a concorrência ainda é quase desleal quando se trata do sertanejo e do funk. Principalmente na época em que as músicas estão sendo feitas para viralizarem nas redes sociais. A alavancagem dos números de stream é bem maior para os artistas e gêneros que se propõem a fazê-lo. 

Outro ponto crucial para alavancagem das visualizações nas músicas são as rádios, propagandas e músicas que passam na televisão em novelas, programas de auditório. A música eletrônica ainda precisa conquistar mais estes espaços, que hoje é dominado por outros gêneros.

Uma matéria publicada no site Connectmix aponta que em 2022 mais de 85 milhões de músicas de sertanejo tocaram nas rádios brasileiras, enquanto eletrônico aparece em sétimo lugar com 3,1 milhões. 

Pelos fatores citados, observa-se que a música eletrônica tem uma relevância grande dentro da indústria musical do Brasil e que há margem para que cresça ainda mais nos próximos anos. O grande desafio é tirar a diferença com gêneros como o sertanejo e o funk que são extremamente populares em todo território nacional. Uma aproximação com o funk no último ano foi importante para unir produtores de dance music e MC’s, com a continuidade desse movimento a tendência para a música eletrônica é garimpar novos fãs e conquistar novos espaços.

E nós de dentro do mercado devemos permanecer unidos e fortalecer todo o nosso ecossistema – dos artistas às pessoas que trabalham nos bastidores e aos veículos de imprensa especializados – para que a música eletrônica ocupe cada vez mais espaços na indústria fonográfica. 

Por Adriano Canestri

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