O potiguar Onotna faz seu début em grande estilo; ouça o EP “Shiro”

Foto de abertura: divulgação

Lançar o primeiro EP não é uma tarefa fácil para um artista – especialmente se você tem dentro de si a tônica da criatividade. O desafio é mostrar a sua identidade e singularidade, mesmo que seja nos moldes de vertentes já conhecidas. Felizmente, para o DJ e produtor Flávio do Nascimento, também conhecido como Onotna, o “bloqueio criativo” passou bem longe e ele conseguiu mostrar ao que veio em seu debut EP, “Shiro“. 

Este lançamento não veio sem preparo, é claro. Onotna tem 12 anos de história na discotecagem e, nesta linha do tempo, boa parte do cenário é a paradisíaca Praia da Pipa, cartão-postal do Rio Grande do Norte e também onde mora o artista. É certo que sua sonoridade neste primeiro lançamento como produtor um pouco desse calor, tendo em vista sua predileção por nichos como deep house e afro house. 

A música de Onotna tem um quê de imprevisível, o que se deve em parte ao seu relacionamento com a dance music, uma carreira para a qual ele pôde se dedicar exclusivamente a partir de 2016. “O que me fez amar música eletrônica é sempre trabalhar na ‘mesma coisa’, mas, ao mesmo tempo, fazer tudo diferente. As pessoas, a música, a energia, o ambiente… nunca é uma rotina”, ele conta. 

Por falar em afro, essa referência é colocada com muita perspicácia em seu projeto, indo bem além do que costumamos ouvir nesta vertente que é tendência atual no cenário brasileiro. Melhor ainda é que Onotna lança a faixa pela House Machine, nossa label parceira, e promete que este seja apenas o começo de sua caminhada, que mescla sua personalidade inquieta com a musicalidade evidente. 

Começamos com a track “Bazuzue”, que é um deep tech charmoso e nomádico. Aqui os vocais afro vêm e vão no momento certo, dando equilíbrio ao instrumental dançante e que vai progredindo da introspecção ao calor de uma linha de flauta elegante. Em seguida, o artista demonstra com “Deu Keta” uma vontade de preservar a aura clássica da house music – até que, novamente, ele dá a faixa o seu próprio twist de elementos afro e a sua própria dose de hipnose.

Para finalizar o amplo espectro sonoro de Onotna mostrado em “Shiro”, ele escolheu a track “Dannenberg”, em referência à cidade do interior da Alemanha. Este som aborda uma estética mais lounge, até mesmo um pouco melancólica, com o groove imponente do deep e a curva ascendente de melodias que nos aproximam do progressive. Não perca esse lançamento: 

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