Camila Jun faz vale a pena ver de novo musical da sua série de lives e pontos icônicos de Brasília

Por redação

Foto de abertura: divulgação

Não é novidade para quem acompanha a cena eletrônica que o projeto de live sets de Camila Jun chama cada vez mais atenção nacional e internacionalmente. Patrocinado pela cerveja Becks, as gravações chegaram ao quinto episódio com um dos sets mais dinâmicos e impressionantes da DJ.

Nas arquiteturas mais icônicas e memoráveis de Brasília, a empresária, DJ e produtora marcou sua sonoridade, estilo e autenticidade consolidando seu nome para futuros lançamentos de tracks autorais, gigs pelo Brasil e colaborações internacionais.

Em parceria com a House Mag, Camila fez um throwback de todos os sets e contou um pouco mais sobre cada episódio. Além disso, a braba selecionou uma faixa de cada live e nos contou o porquê de ter as escolhido, inclusive, uma das músicas é autoral e será lançada em breve. Confira!

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Foto: divulgação

Eixão

Quem já viveu alguma estreia como artista, sabe que a primeira vez tem uma energia especial. Ter conseguido colocar meu projeto em prática foi significativo. Sem muito recurso e com muita dedicação, o primeiro episódio da série foi algo realmente disruptivo e único. 

A ideia foi ocupar a maior avenida de Brasília, o Eixão, que tem grande importância histórica e de mobilidade para a cidade. Entre duas gigantescas ruas, amanheci fazendo um live set de 1 hora de pura House Music, em um cenário nunca antes explorado por nenhum artista da cena, foi um marco.

TRACK: “Believe Yah Future” – Mirko & Meex

Para esse episódio, vou destacar a primeira track do set list, a faixa que tudo começou. Além de ter uma melodia linda, um arranjo maravilhoso e um vocal poderoso, ela fala sobre o acreditar! Fala sobre a importância de se fazer o melhor agora, pois o presente é o próprio futuro. Para mim, essa track diz muito sobre o sentimento que me impulsionou a realizar esse projeto.

Museu Nacional da República

O segundo episódio marca nitidamente uma evolução técnica e executiva do projeto. Depois da enorme repercussão positiva da estreia, consegui entender que, de fato, nascia ali a possibilidade de se construir algo realmente relevante. A partir daí, todas as pesquisas, estudos, captações, roteiros e escolha de cenários ganharam maior força e tempo de dedicação.

O local escolhido para o segundo episódio foi o Museu Nacional da República, um dos lugares mais icônicos e modernistas da arquitetura de Brasília. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o monumento assume a expressiva forma de uma calota com 75 metros de diâmetro. O nome escolhido para a obra homenageia Honestino Guimarães, líder estudantil da Universidade de Brasília, morto em 1973.

TRACK: “The Power” – David Penn, Roland Clark

É difícil escolher apenas uma track desse episódio, mas vou destacar uma das faixas mais importantes desse set. “The Power”, de David Penn, na voz do inigualável Roland Clark, traz um recorte poderoso e atual do difícil momento que estamos vivendo em nosso país. Para mim, a house music também é sobre isso. Sobre posicionamento, resistência, mensagem e militância. E eu, como artista, honro essa vertente quando conscientemente não escondo isso.

Concha Acústica

Escolher o local do terceiro episódio foi um desafio. A certeza que eu tinha era que o novo local, além de modernista e espacialmente grandioso, também fosse conectado com a arte, a música e a história cultural da capital. Nesse sentido, não tive dúvidas em ocupar a Concha Acústica. Projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 1969, a Concha Acústica foi o primeiro palco de grandes shows de Brasília. O projeto de linhas arrojadas, teve como mote a ideia de que arte e cultura pudessem ser exibidas em espaço aberto e integrado com a natureza.

Conseguir gravar nesse espaço foi um trabalho árduo, de meses de negociações, mas a sensação de ter gravado lá, em um grande palco ao ar livre, destinado à arte e à cultura da cidade, foi muito forte e significativo. Esse episódio teve grande repercussão entre o público, a cena e a mídia especializada. Recebi muitos feedbacks positivos de que, além do conteúdo ser realmente profissional e de qualidade, era, definitivamente, inovador.

TRACK: “In The Beginning (There Was Jack)” – Chuck Roberts, Monique Binghan

Essa foi a primeira track que escolhi para abrir meu set na Concha Acústica, em um remake fantástico de Terry Hunter, com os incríveis vocais de Monique Bingham. Talvez, essa seja uma das tracks mais conhecidas da cena House, que marcou uma geração, sendo conhecida como o “manifesto” da house music.

Mansão dos Arcos

Ter gravado na Mansão dos Arcos foi uma sensação bem diferente dos outros episódios. Apesar de ser um lugar tão grandioso, sua essência parece ser mais reservada e, ao mesmo tempo, mais séria. Talvez, isso se dê pelo fato de a locação já ter sido uma casa de família no começo da construção de Brasília. De fato, ter gravado lá foi muito singular e toda essa particularidade pode ser percebida no vídeo também.

Mais do que isso, esse episódio foi um divisor de tempos em minha carreira. Foi nele que eu pude tocar minha primeira produção autoral, minha primeira track. Foi um marco como artista. Foi realmente emocionante fazer isso, principalmente dentro de outro projeto também idealizado por mim.

TRACK: “Unified” – Camila Jun, Gustavo FK feat Mr. V

Poder destacar essa track, que é a minha primeira produção autoral é, definitivamente, algo muito especial e significativo. A construção dessa faixa foi feita com muito empenho, pesquisa e profissionalismo. Da melodia ao arranjo, passando pelos vocais do conhecido Mr. V, tudo foi escolhido com muita atenção e cuidado. Ao final de um ano, finalizamos essa faixa que tem a essência viva da house music. Em breve, ela será lançada juntamente com um álbum de remix, com a participação de grandes artistas da cena internacional.

Torre Digital 

Esse episódio é especial para mim pois, como artista, me senti muito livre para criar um set com tracks que me influenciam e que gosto de ouvir, sem o compromisso de ter que ser pertencente a uma única vertente da house music. Quem acompanha meu trabalho deve ter percebido essa diferença. Outro ponto marcante foi o cenário escolhido. A Torre Digital, além de sua beleza arquitetônica imponente, é realmente gigante e muito alta! A experiência de poder ver a cidade por uma ótica panorâmica, em uma construção tão singular já é incrível, e poder agregar meu trabalho artístico e a música eletrônica nesse local foi algo potente e especial.

Sempre que vou construir o live set, penso profundamente em quais tracks combinam com a atmosfera do cenário escolhido, com a história que quero contar e com o sentimento que pretendo passar. Todos os episódios são únicos e nenhuma música se repete. É tudo sobre experiência!

 

TRACK: “Jaguar” – Space Motion

Destaco essa track, pois acho que ela representa um pouco da minha liberdade artística de entregar algo novo e fora dos padrões que rotineiramente mais trabalho. Representa o sentimento que quis passar nesse episódio: a liberdade do artista de tocar sua pesquisa, sem as amarras comerciais ou de imagem. Além disso, ela é uma faixa potente, intensa e que combina muito com a espacialidade do cenário escolhido. 

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