Conversamos com Stefan Amara, talento belga que acaba de lançar seu primeiro EP

Por Isabela Junqueira

Foto de abertura: divulgação

Stefan Amara acaba de retornar à Otherwise Records de Kolombo com o compilado “Planet B”. As faixas constituem o primeiro EP do produtor, que retorna ao selo após o remix contest da faixa “Remember”, em que Amara alcançou o segundo lugar. Com o resultado, o talento belga atraiu a atenção do time da Otherwise, que está impulsionando o produtor na cena.

Após a estreia do EP, convidamos Amara para uma conversa que você confere a seguir!

HM – Olá Stefan! Seja bem-vindo à House Mag! O que acha de começarmos contextualizando quem é o artista Stefan Amara?

Olá e obrigado pela recepção. Sim, claro. Então, sou um DJ antes produtor. Sou DJ desde adolescente (toquei em um toca-discos aos nove anos-bons, foi amor à primeira vista!) e comecei com um conhecimento no hip-hop, mas sempre escutei diferentes tipos de música, principalmente, house music. Produzo música eletrônica pra valer há cerca de sete anos e também sou um amante dos sintetizadores (amo os equipamentos e a vibe analógica).

HM – E o que influencia a estética do seu som? Contextualize um pouco sobre seu background também.

Para se ter uma ideia, os artistas que mais me influenciaram são Super Flu, Claude Vonstroke (e a gravadora Dirtybird), Daft Punk e Mura Masa, para citar alguns. Acho que meu estilo está no meio disso tudo. Para mim, a música é algo que você tem que sentir, algo que conta uma história por trás dela, então quando estou fazendo as faixas, quero trazer isso com elas.

No meu EP acho que fica bem claro que as três faixas são sólidas e os títulos também foram escolhidos dessa forma. Eu as escrevi durante a pandemia/lockdown e pensei no outro mundo que iríamos enfrentar depois, e então deixei minhas emoções irem e virem. Quando estou produzindo, tento prestar atenção no que estou sentindo e, claro, no que me faz querer dançar nela.

HM – Conte-nos sobre a região em que você mora e se ela exerce algum tipo de influência sobre você. 

Claro! Estou morando na parte francesa da Bélgica, em uma pequena vila do interior e perto de várias cidades. O clima e as quatro estações são muito marcados e eu sou o tipo de pessoa que vive e sente fortemente as mudanças sazonais. Não mentiria para você, adoraria viver em um país quente onde o sol brilha o ano todo.

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Foto: divulgação

HM – Sua estreia no mercado fonográfico foi com sua interpretação para “Remember“, do Kolombo, com o segundo lugar de um remix contest não é mesmo? Como foi embarcar nessa disputa e o que você pensou que queria entregar com esse remix?

Sim, foi o ponto de partida. Bem, tenho que admitir que foi realmente um desafio para mim. Eu já estava criando as tracks, mas não encontrei nenhuma gravadora interessada. Eu conhecia um pouco o Kolombo e sempre tive muita admiração por ele, pois somos do mesmo país (e da mesma região) e, claro, devido à sua impressionante carreira. Eu fiz isso um pouco sem acreditar. Eu apenas tentei criar minha própria visão dessa faixa e fiz isso muito rapidamente (em cerca de 4 horas, incluindo a mixagem) e deixei rolar. Lembrei-me que pensava que “se for para ser, será”.

HM – E ele te abriu muitas portas, não? Como ficou seu relacionamento com a Otherwise desde o remix contest?

Sim, com certeza. E, especialmente, ótimas dicas e conselhos. Senti grande respeito, gentileza e desejo de manter todas as portas abertas para a gravadora, que era o que eu estava procurando. E também as relações de amizade com Kolombo e Fran agora, o que não acontecia antes.

HM – Como foi o processo de criação de “Planet B”?

No início, o objetivo não era uma compilação. Trouxe “Planet B” para Kolombo e Fran, e eles estavam pensando em fazer uma compilação de vários artistas. Eles me disseram que se eu tivesse outras faixas que pudessem combinar com o espírito da gravadora, seria possível considerar fazer um EP pessoal.

Meu objetivo era claramente ter minha própria compilação. Então, como eu comecei com “Planet B” como faixa principal, tentei trazer algo diferente ao redor dela e não algo que pudesse competir com a original.

HM – Como você encara o auxílio da Otherwise neste momento da sua carreira?

Estou muito feliz em perceber que não me enganei na minha primeira opinião e continuo com a grande visão e sentimentos que tive desde o início. Apesar da diferença de fuso horário entre Brasil e Bélgica, eles estão sempre lá para me ajudar quando necessário.

HM – E essa parceria ainda vai nos render mais bons frutos? Muito obrigada pela conversa!

Obviamente, espero que sim e também espero que nossos caminhos continuem se cruzando e mantenham a grande colaboração que temos desde o início. Muito obrigado a todos vocês pelo apoio.

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