Por: Gabriela Loschi
Escolher as tracks do ano não é tarefa nada fácil, especialmente quando tivemos um período tão fértil e movimentado na música eletrônica, onde estilos congruentes se dissiparam e integraram outros gêneros, onde a brasilidade esteve em alta nas produções, onde o “bass” esteve na mira da polêmica aqui no Brasil, o techno, o house e seus subgêneros foram protagonistas.
A House Mag é uma revista sobre música eletrônica, e não apenas sobre um estilo. Não é só “underground”, nem só “comercial”. Conversa com diferentes públicos e, tal qual a diversidade dos nossos leitores, nossa equipe também é múltipla e possui percepções, idades e gostos musicais distintos. Por isso resolvemos fazer listas separadas. Não por gêneros, não por tendências, mas por PESSOAS.
Sobre o que cada um de nossa equipe pesquisou e ouviu o ano todo e considera serem as melhores tracks do ano. Vamos apresentar aqui neste post as músicas que mais fizeram sentido em nossas vidas, nas pistas e na indústria, de acordo com perspectivas profissionais e particulares de cada um dos colaboradores convidados.
Como editora-chefe de conteúdo digital da House Mag, inicio a sessão Tracks do Ano, mostrando não apenas aquilo o que mais ouvi neste ano (em casa ou nas pistas), mas o que considero essencial destacar nesta miscelânea cultural riquíssima que foi 2016 – onde, cansados do mais do mesmo, muitos artistas se destacaram em um cenário além das massas, nas pistas mais exigentes do mundo todo. Um ano de belos lançamentos!
Um ano em que dançamos muito. Tem faixas para pista, faixas intimistas, melódicas, techy, progressivas, housy, dub, minimalistas, astrais, que me ajudaram a atravessar um ano pesado, elevando minha energia para uma esfera mais profunda. Faixas gringas e faixas de brasileiros que estão levando a produção do nosso país a outro nível. Faixas bem produzidas, algumas disruptivas, algumas com aquele poder de penetração certeiro em nossa alma, e aquelas músicas poderosas que marcaram momentos especiais do ano e reviraram as emoções.
AS FAIXAS DESTAQUE DO ANO POR GABRIELA LOSCHI:
“Valentines Groove”, Kink (Clone Records)
“Closing Shot”, Lindstrøm (Feedelity Recordings)
“Tell You No Lie”, Floorpan (M-Plant )
“Kunta Kinte”, Mumbaata & Leo Janeiro (D-Edge Recordings) – BRASIL
“9 Years”, Roman Flügel (DJ Koze remix) (Pampa Records)
“146”, Human Machine (Connasseiur Recordings)
“Your Vibe”, Leafar Legov (Giegling)
“The Mysterious Pocket Is Right”, Fumiya Tanaka (Perlon)
“Lessing”, Stekke (Sketches Records) – BRASIL
“2 The Sky”, Traumprinz (Metatron`s What If There`s No End And No Beginning Mix) – (Giegling)
“Saxony”, Leon Vynehall (Running Back)
“Time Tunnel”, Brassica (Feel My Bicep)
“Transient”, Mr G (Bass Culture)
“Dog Day”, L_cio (DOC) – BRASIL
“Barah”, Amotik (AMOTIK)
“Honey Rocks”, Recloose (Aus Music)
“Final Credits”, Midland (Classic Music Company)
“The Frontier”, Avalon Emerson (Whities)
“Fada”, Bmind (Archipel) – BRASIL
“Energy Flow”, Mano Le Tough (DJ Koze`s Splasher remix) – (Permanent Vacation)
“Dinky”, Casa (Axel Boman Dub Mix) – (Crosstown Rebels)
“Surge”, Patrice Baumel (Kompakt)
“Secrets & Lies”, Fort Romeau (Live at Robert Johnson)
“Learning to Fall”, BLANCAh (Steyotoke) – BRASIL
“Dry Me”, Heiko Laux (Klockworks)
“Meloman”, H.O.S.H. (My Favorite Robot Recordings)
“Mirage”, Mumbaata (Torquato Remix) – (Not For Us) – BRASIL
“Warg”, Recondite (Hotflush Recordings)
“Feel”, Cassy (Aus Music)
“Basslines For Life”, Buz Ludzha (100% Silk )
“Ravina”, Monobloq (Nin92wo) – BRASIL
“Trust”, Rampa (Keinemusik)
“Prepare”, Stimming (Diynamic Music)
“2 Bad”, Traumprinz (DJ Metatron`s What If Madness Is Our Only Relief Mix) (Giegling)
AS FAIXAS DESTAQUE DO ANO POR RODRIGO AIRAF
Meu ano foi muito melhor do que eu esperava. Como festiva-louco de coração, fui em todos os festivais que queria, conheci pessoas maravilhosas, conheci também a noite de cidades que eu tinha vontade de conhecer e, claro, ouvi muita música boa. Sendo pesquisador musical e amante de muito mais que uma vertente, escolher apenas 20 músicas é um desafio, mas acredito que esta seleção é fiel ao meu 2016 e ao som que dominou minhas playlists e eventuais rolês por esse Brasil. Enjoy!
AS FAIXAS DESTAQUE DO ANO POR CAMILA GIAMELARO:
Foi um desafio bem grande porque a carga musical é imensa, mas consegui separar pra vocês algumas das pérolas que mais ouvi e toquei esse ano.
Tenho um gosto bem variado, que vai desde músicas introspectivas até outras explosivas e progressivas, então espero que essa seleção agrade muitas pessoas e façam muitos abrir a mente pra sonoridades únicas!
Gravity, Mind Against, Afterlife Records
Tearing Me Up (Tale of Us Remix), Bob Moses, Domino
Obsidian, Agents of Time, Ellum
ID (David Granha Edition), Rafael Cerato & THe WHite SHadow (FR) – Chapter 24:
Encode, Binaryh, Steyoyoke Black (BRASIL)
Morning Lobotomy, KMYLE, Skryptom Records
Swan, Blancah, Steyoyoke (BRASIL)
Driver, Gui Boratto & Renato Ratier, Kompakt (BRASIL)
Queen (ANNA Remix), DJ Tonio, Suara (BRASIL)
Mergus, Alex Justino, Steyoyoke Black (BRASIL)
Marzu (Against The Time Remix), Valverde, Plano B Records
The Flowing Moon (Binaryh Remix), Mallone, Steyoyoke Black (BRASIL)
Why Does My Heart Feel so Bad (Enrico Sangiuliano remix), Moby, Drumcode
X-Pollination, Enrico Sangiuliano, Unrilis
Bamba, Betoko & SamH3, Armada Deep
Harmstring, Nick Devon & Blancah, Steyoyoke (BRASIL)
AS FAIXAS DESTAQUE DO ANO POR LUCAS ARNAUD:
Eis minha lista de top-tracks! Os estilos variam, e em alguns casos fica até dificil definir exatamente a qual vertente pertence cada música.
Constam aqui tracks maos deep, que flertam com nu disco, tem trap, future house, garage UK, enfim… qualidade (e não o estilo) foi critério de escolha.
Sem mais delongas, vamos às justificativa: A primeira da lista é de Drezo, que para mim é um grandes promissores talentos do “deep house” internacional. Brohug, o artista da segunda track da lista, também vem trazendo muita inovação para o deep/future – suas tracks estão cada vez mais presentes em sets de DJs como Tchami (em seu essential mix) e Oliver Heldens.
O remix produzido por Ricky Remedy é para mim uma das pérolas do ano, visto que ele conseguiu aproveitar todo o “feeling” do vocal com um drop inovador na pegada trap. “Snakes” é a principal track de Sikdope, que tem recebido suportes no mainstage de Garrix e de Tiesto. “Feel The Volume”, do Jauz, é a “old but gold” da lista – a track é antiga, porém importante, pois, pelo menos para mim, ela é a ponte entre o future house e o bass house característicos do artista.
O Crankdat VIP da “The End” recebeu suporte de Skrillex no Boiler Room, sendo uma repaginada do remix do Carnage para essa track. “Make Up Your Mind” é para mim o melhor lançamento de Garrix de 2016, um drop enérgico meio tribal meio bigroom. “WTF” também se destacou, pois une bem o estilo do Hi-Lo (que é o Oliver Heldens) de Sander Van Doorn.
“El Mariachi” é uma track que nos provou que ainda pode existir bigroom de qualidade, fugindo do cliché. “Crank It” do Ghastly traz um sound design genial e de vanguarda. “Game Over” do Lookas é uma daquelas tracks estilos “fim do mundo”, dropada nos live-sets do DJ Snake. “Triple Six” do Curbi nos mostra que o future house também tem seu lado mais “pancada”. “Balangala” é a cara dos últimos sets do Afrojack.
“VIPs” mostrou que Skrillex sabe renovar seu estilo, mantendo a excelência em suas produções.
Daqui em diante, selecionei em específico os produtores brasileiros que se destacaram para mim. A primeira track brasileira é de Ruxell, que com seu “future funk” recebeu o suporte de Skrillex no Boiler Room. As duas tracks que se seguem são do meu produtor brasileiro favorito atualmente: RIVASᴮᴿ! Todas suas tracks tem algum diferencial em se falando de qualidade de produção. “Totem” do Sexroom foi a representante do EDM brasileiro escolhida por mim, que recebeu support do Galantins em pleno mainstage da Tomorrowland Bélgica 2016. Por fim, eu trouxe um remix de rrotik (que também é um ótimo produtor brasileiro) e uma track do Alex Senna.
Drezo – Heaven (Original Mix)
Malaa – Diamonds (Brohug Remix)
The Chainsmokers – Don´t Let Me Down (Ricky Remedy Remix)
Sikdope – Snakes (Original Mix)
Jauz – Feel The Volume (Original Mix)
Eptic – The End (Carnage & Breaux Remix/Crankdat VIP)
Martin Garrix & Florian Picasso – Make Up Your Mind (Original Mix)
Hi-Lo & Sander Van Doorn – WTF (Original Mix)
Bassjackers & Jay Hardway – El Mariachi (Original Mix)
Ghastly – Crank It (Original Mix)
Lookas – Game Over (Original Mix)
Curbi – Triple Six (Original Mix)
KIIDA – Balangala (Afrojack Edit)
Skrillex – VIPs (Original Mix)
MC Bin Laden – O Faraó Ta De R1 (Ruxell x Marginal Men Remix) – BRASIL
Malandramente Ft. Damian Marley (RIVAS ᴮᴿ Bootleg) – BRASIL
KVSH & RIVAS ᴮᴿ – Slow Down (Bootleg) – BRASIL
Sexroom – Totem (Original Mix)
FTampa – Strike It Up (rrotik Remix) – BRASIL
Alex Senna ft. Karol Conka – Tombei – BRASIL
AS FAIXAS DESTAQUE DO ANO POR DANILO MORTTAGUA:
Muitos pensam em 2016 como um dos piores anos para a música, com a morte de vários ícones mundiais como David Bowie, Prince, George Michael entre outros, porém, dentro da música eletrônica, posso afirmar que tivemos justamente o oposto. Para mim, 2016 foi um ano de renascimento da música eletrônica em sua essência, com uma queda forte do apelo pop da EDM nos circuitos mundiais e com o ressurgimento de cenas fortes dentro da House Music, Tech House e ‘real’ Progressive House.
Neste ano tivemos o lançamento do esperado álbum de retorno da lenda Jean Michel-Jarre, do aguardado álbum de Eric Prydz ‘OPUS’, ano de uma das melhores edições da compilação anual da Anjundeep, comemoração dos 10 anos da Diynamic, um dos selos mais influentes da atualidade e a revelação de vários artistas geniais como Yotto, ATTLAS e Oliver Winters. E, para finalizar o ano em alta, o Beatport resolveu as confusões de gêneros em seu site, dividindo musicas comerciais das faixas mais ‘underground’ e conceituais, abrindo oportunidade para uma gama de artistas e selos se destacarem.
Nesta seleção de melhores do ano, escolhi faixas que se destacaram nos meus playlists e sets em 2016, pela sua originalidade, complexidade melódica, letras e emoções que nos geram, assim como faixas com uma pegada forte para pista de dança. Faixas que considero atemporais, fora do nosso espaço tempo, e que poderão ser tocadas em qualquer playlist futura independente do modismo do momento.
