Talento de sobra

Gaba Kamer é capa da 45ª edição da revista House Mag, Especial Talentos em Ascensão – 07/12/2016

por Gabriela Loschi fotos Rude Rodrigues

 

Nascido em Laguna e criado em Florianópolis, Gabriel Rolin Carvalho Kamers começou a ir a festas em Santa Catarina no ano 2000 e se apaixonou pela música eletrônica. Mas foi quando mudou pra Londres, em 2003, que ele decidiu: “Quero isso como minha profissão!”. Em 2005 passou a tocar e organizar eventos na capital inglesa e em outros países da Europa. Hoje, com 32 anos, o produtor e DJ — que já se apresentou também em clubes e festivais na França, Itália, Irlanda, Suíça, além das edições de 2008, 2009 e 2015 do Universo Paralello, evento em que é residente — considera-se uma pessoa metódica profissionalmente, tendo trilhado um longo caminho até se reinventar. Responsável pela respeitada gravadora brasileira UP Club Records, deu a partir daí início ao projeto Gaba Kamer, se consolidando a cada apresentação e lançamento como um dos produtores brasileiros mais promissores. Confira o bate-papo:

 Sua origem é no psytrance, gênero em que se manteve por dez anos. Como foi essa transição para uma nova sonoridade?

Quando vim da Inglaterra para me apresentar no Universo Paralello, criei uma forte amizade com o Alok e fizemos algumas músicas juntos. Nessa época ele formava o projeto Lógica com o irmão Bhaskar, e eu tinha o meu que se chamava Counterculture. Ele foi para Londres tocar em festas que eu organizava e hoje, além da nossa amizade, temos uma ótima relação profissional, sendo inclusive um dos grandes responsáveis por tudo que vem acontecendo em minha carreira. Em 2015 fui chamado pra fazer parte da UP Club Records e foi quando surgiu o projeto Gaba Kamer.

 Como você vê esses novos labels sendo lançados quase que diariamente? Quais são os requisitos necessários para o sucesso de uma gravadora?

Acho extremamente benéfica a criação de novas labels, pois assim mais produtores terão suas músicas chegando até o público. É importante que as gravadoras deem atenção ao artista, porque isso o motiva a querer sempre apresentar coisas novas. Elas têm que ter consciência que estão lidando com o sonho de pessoas e, por esse motivo, é imprescindível ter cuidado, profissionalismo e organização para direcionar o artista a seguir regras e contratos corretamente. Quando se decide abrir um selo é necessário então saber que vai ter muito trabalho pela frente, e que é fundamental ter foco, dedicação e muito respeito.

 Como você categoriza seu som?

Acredito que o meu som mostra bem a identidade que quero transmitir. Apesar de pouco, tenho incluído algumas pitadas do psytrance nas minhas produções, tendo também esse bass marcante como um dos elementos que costumo trabalhar nos lançamentos. Falando das minhas apresentações, sempre procuro sentir a galera, e tento me conectar a eles fazendo uma leitura precisa da pista. Então, independentemente do lugar e momento, meu objetivo é que cada set seja especial, em uma história que passeia pelas vertentes da house music da forma mais natural possível.

 Em que você está trabalhando atualmente para lançar?

Estou trabalhando em duas faixas para formar mais um EP, um remix com o Alok, além de algumas colaborações com FractaLL, Gabriel Boni, Dazzo e Hippocoon. Tenho uma faixa para sair pela Acid Fruits, que vem sendo tocada por diversos artistas nacionais, e devo presentear a galera com alguns free downloads até o final do ano também.

 O que a música eletrônica significa pra você?

Posso dizer que encontrei nela o que desejo para minha vida, pois faço o que amo, e aí o trabalho vira algo totalmente prazeroso. Sou muito feliz e grato pelas conquistas que a música eletrônica vem me proporcionando durante esses 11 anos de carreira. Então é tudo pra mim, e o que me trouxe até mais próximo de vocês!

 “Meu objetivo é que cada set seja especial, em uma história que passeia pelas vertentes da house music da forma mais natural possível.”

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