Sidney Chalres volta ao Brasil e bate um papo exclusivo com a gente!

Por: Nazen Carneiro, da coluna Tudobeats

Para um produtor que começou a lançar suas músicas apenas em 2011, as conquistas de Sidney Charles são impressionantes. Em apenas cinco anos seus trabalhos estão presentes em selos que são `medalhões` do house e techno: Avotre, 8bit Records e Hot Creations – cada um contribuindo para que ele se torne cada vez mais conhecido e presente na cena underground. Sidney Charles gostou do Brasil e o Brasil gostou dele. De volta ao país, o artista irá apresentar-se esta semana no “5uinto”, em Brasília, “Laguna Music”, no Club Vibe em Curitiba, “Nos Trilhos” em São Paulo e “Tribe Festival” no Rio de Janeiro.

O alemão conseguiu sedimentar o seu som entre o house e o techno e está feliz com este resultado que vem, segundo ele, da sua felicidade em fazer o que gosta. Em junho deste ano o artista concedeu entrevista exclusiva à HOUSE MAG e desta vez retorna para falar à coluna TUDOBEATS e contar um pouco mais sobre o que pensa do Brasil, nossos artistas, sua carreira, e conta porquê é importante sair da zona de conforto. Pedimos ao artista que escolhesse uma trilha sonora para ler esta entrevista que você confere abaixo.

HOUSE MAG – Sidney, obrigado por conceder esta enrtevista exclusiva à HOUSE MAG. Na coluna Tudobeats, costumo perguntar O que você tem ouvido ultimamente? Conte pra gente cinco músicas que você tem no seu carro hoje.

1. Hird – Keep You Kimi

2. The Cinematic Orchestra – Channel 1 Suit

3. Groove Armada – Inside My Mind (Blue Skies)

4. Nightmares On Wax – Mirrorball

5. 80s Casual – Fiesta

HOUSE MAG – A música Hurricane foi um grande sucesso, sendo inclusive a track mais charteada de 2013. Isto mudou sua carreira de alguma forma?

SIDNEY CHARLES – Penso que todas as tracks tiveram impacto na minha carreira, de alguma forma.Hurricane definitivamente me trouxe um passo à frente e me ajudou a alcançar mais pessoas com minha música. Então, foi depois do sucesso desta track que tive mais gente seguindo a mim e o meu trabalho. Isto me faz muito feliz.

HM – Você além de Dj Produtor, executa as funções de A&R e Promoter. O que você mais gosta nisto tudo?

SC – Eu amo fazer música no meu estúdio e poderia passar a maioria do meu tempo lá. Me sinto em casa no meu estúdio, é a minha zona de conforto. Lá, vivo minha criatividade e me sinto seguro.

Mas cedo ou tarde a aventura chama… Discotecar me dá a medida certa entre o estúdio e a vida cotidiana. A grande questão sobre viajar e tocar por aí é a insegurança que isto me traz. Você nunca sabe o que vai
acontecer. Tem que sair da sua zona de conforto para encarar uma nova aventura. O equilíbrio disto é o que me faz amar tanto meu trabalho. Eu sou muito feliz com minha função de A&R porque assim posso consumir as músicas de tantos grandes artistas por aí além do fato que encontrar novos talentos é muito excitante.

HM – Você tem um sucesso relevante na sua carreira. Como A&R, como você vê os artistas que estão chegando e o que diria a eles para também serem bem sucedidos?

SC – Eu penso que a coisa mais importante é a atitude e a motivação por trás de um artista. Se você só faz música para ficar famoso e ficar rico, cedo ou tarde você vai se perder, e seus seguidores irão
perceber isto. Da minha perspectiva pessoal é mais importante divertir-se com o que está fazendo e que isso crie felicidade em você. Você precisa receber uma atitude positiva do seu trabalho.

Depois disto você não deve ter problemas em ser criativo. A criatividade é libertadora, te deixa somente você e sua música. Toda aquela discussão sobre “analógico ou digital” ou sei lá o quê até rola mas no final o que
realmente importa é a criatividade, não importa como você chegue lá.

HM –  As parcerias são muito importantes de diversas formas. Conte para nós sobre suas colabs e outras formas de interagir com os outros profissionais.

SC – É sensacional trabalhar com diferentes artistas pois eles podem te inspirar muito e te motivar a tentar diferentes formas de criatividade. Especialmente quando você faz uma colab no estúdio. Santé e eu passamos
algum tempo em estúdio e eu sempre carrego grandes experiências comigo depois.

HM – Nós vemos muitos trabalhos seus junto com o Santé. Como começou esta parceria?

SC – Meu primeiro lançamento foi numa label chamada Kling Klong e o Manager da label pediu pro Santé se ele estaria disposto a fazer o remix. Assim foi como eu conheci o Santé, através da internet e trocando músicas de tempos em tempos. Depois que decidi me mudar para Berlin conheci Santé pessoalmente e nos divertimos falando de música e um monte de coisas. Nesta época ele estava no meio da criação da Avotre e fiquei muito feliz quando ele me convidou para fazer parte disto. Começamos com showcases em Berlin e também em cidades menores da Alemanha. Quando olho para trás, acho muito doido como a label cresceu e se desenvolveu tanto em apenas quatro anos. Meu primeiro envolvimento, em 2012, foi como A&R. Esta plataforma era mais para lançar músicas e uma fase inicial de criação da label.

Naquela época a gente se via mais e tocava direto nos eventos da Avotre. Os promotores dos eventos e o público curtiam que a gente tocasse b2b ao invés dos nossos sets, então decidimos fazer isso de tempos em tempos. Acho que eu e o Santé nos ligamos num som que gostamos e queremos mostrar para o público, então estamos tocando. Nossos gostos musicais similares são fáceis de adaptar e então rola criar um bom mix e uma atmosfera, especialmente porque nos divertimos juntos. E também dá mais tempo para beber durante as transições (risos).

Agora a Avotre está estabelecida na cena e temos grandes projetos em desenvolvimento. Estamos iniciando um novo conceito de festas e temos alguns lançamentos por vir, incluindo o novo EP do Santé – que está foda! – e meu remix para o MOBY.

HM –  O Brasil tem grandes produtores. Você considera algo especial nos artistas brasileiros?

SC – Na verdade, vejo de uma perspectiva muito diferente. O Brasil é o lugar onde tudo está para explodir na cena underground. Já existe um pouco de uma cena Progressive/Psy-Trance presente. Assim como estilos mais comerciais de House e Techno. Então os seguidores destas cenas também estão dispostos a entrar em contato com House e Techno underground. Então vejo que há um grande potencial para a cena no Brasil crescer rapidamente. Já existem alguns grandes artistas como Gui boratto, Victor Ruiz e Wehbba, só para citar alguns.

HM – Desde o Tech House ao Techno vemos Sidney Charles por tudo. O que está por vir?

SC – Eu estou muito feliz por ter colocado minha assinatura em algum lugar entre o House e Techno nos últimos três anos e é lá que estão os próximos passos. Sabiamente tenho mantido meu som na linha underground, que é o que eu mais gosto de tocar também. Mas estou aberto para explorar novas formas de se fazer música e explorar outros lados do  House e Techno. Estou no meio do planejamento do conceito da minha nova festa que deve rolar já no início de 2017 enquanto estou muito empolgado para minha tour pela América Latina que terá shows no Brasil, México, Peru e Argentina.

HM – O que você espera da sua tour no Brasil?

SC – Minhas últimas experiências no Brasil foram absolutamente fantásticas. Eu amo a energia, o feeling e o ritmo que a galera brasileira tem… me dá muita energia para os sets, então minha expectativa é alta e estou

feliz por voltar!

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