É… hoje, 5 de dezembro, faz um ano que o EDC veio ao Brasil. Mesmo em meio a uma chuva no segundo dia de festival que tirou um pouco do brilho da festa, o EDC dá saudades. Se a versão brasileira do festival, que é menor e com menos atrações gerais, traz esse sentimento, imagine o que Las Vegas poderia fazer ao coração de um frequentador? Infelizmente o EDC ainda não deu sinais de que voltará para cá, mas não poderíamos deixar de pensar no que faz o EDC um dos festivais mainstream mais únicos do mundo, e que serve de exemplo para todos os outros.
O headliner realmente é você
Um dos aspectos mais importantes da comunicação do EDC é a forma com que o festival trata seus frequentadores. É tradicional que eles te chamem de “headliner” em seus anúncios de line-up, por exemplo, reiterando que “você é a parte mais importante do festival”. Antes eu achava que era só o bom e velho marketing, mas senti um pouco deste cuidado do EDC com o público lá em São Paulo ano passado.
O EDC disponibiliza uma equipe de monitores chamada Ground Control, sob as ordens de estar em campo verificando se está tudo OK com o público, lá no meio da muvuca mesmo. Esse grupo, sabendo que quem vai até a grade provavelmente está aguardando um DJ que gosta muito, distribui garrafas d’água por lá. Até mesmo para quem estava no fundão, como eu, a situação se repetiu; um dos monitores perguntou se eu estava bem e me deu uma água apenas porque eu estava cansado e sentado na grama.
O sinal do EDC é claro: sua saúde e segurança importam e fazem parte da experiência. O incentivo do EDC no seu próprio site em relação aos seus monitores é claro: “Por favor, aproxime-se de qualquer um deles se quiser ajuda ou simplesmente precisar de um amigo!”.
Toda a onda do P.L.U.R
Se você é um pouco mais velho, se já passou dos 30, talvez a vibe do EDC não combine 100% com você. Mas para os tais dos millenials da dance music, o EDC conseguiu criar em torno de si um estilo good vibes muito próprio e abraçou a cultura P.L.U.R — Paz, Amor, União e Respeito. O EDC é hoje o santuário do P.L.U.R, coisa que chamou atenção até da Netflix, cujo filme “X.O.X.O” é claramente inspirado no festival, que recebe milhares de pessoas que se expressam por esta cultura através de trajes neon, acessórios coloridos e pulseiras kandi.
Pasquale Rotella, fundador e CEO da Insomniac, produtora do evento, definiu PLUR como:
– Estar no mesmo lugar que o outro, existir simultaneamente sem conflitos ou reações adversas;
– Sentir incondicionalmente grande afeto pelo próximo, e oferecer amizade, independente de raça, sexo, ou crença;
– Unir-se e defender interesses em comum e dar sensação de bem-estar para aqueles que se sentem excluídos, permitir a qualquer um ser parte de você e dos seus amigos;
– Permitir-se ser quem você é sem expectativas, e permitir que os outros façam o mesmo enquanto ajudam uns aos outros, dando àqueles em sua volta o orgulho, a coragem e a honra que você daria a si mesmo.
Interatividade e arte
Enquanto a maioria dos festivais apenas embala suas ativações com marcas de patrocinadores, o EDC vai um pouco além e coloca dezenas de instalações para dar um brilho a mais ao festival. De cara vemos muitos brinquedos de parques de diversões espalhados no festival, e não é incomum vermos carros elétricos passeando pelo lugar com coisas que podem ir desde um pacman brilhante a uma lagarta de LED, e performances artísticas diversas. Tudo isso traz uma energia diferente à experiência EDC.
A cenografia
Sim, sabemos que o Tomorrowland é praticamente imbatível nesse sentido, com seu conto de fadas que fica mais omérico a cada ano. Mas o EDC está à altura. Os palcos são sempre incríveis — o favorito geral é a Catedral de 2014 — e a tal coruja do EDC, seu maior símbolo, já virou melhor amiga de quem está no festival. Quem esteve em São Paulo em dezembro do ano passado lembra muito bem do frisson causado quando a coruja abriu seus olhos. Os participantes do festival compram este conceito. As várias cerimônias nos palcos espalhadas pelos competitivos horários do line-up também dão uma boa cara ao EDC.
O EDC é responsável
A responsabilidade ambiental também é uma marca registrada do EDC. Na edição deste ano, em Las Vegas, por exemplo, o EDC levou todo o óleo de cozinha utilizado nas barracas de comida para ser transformado em biocombustível utilizável. Também nesse ano, a organização Global Inheritance fez parte do festival, conscientizando os participantes sobre preservação da natureza. A venda de ingressos deste ano inclui em cada ingresso uma taxa de 1 dólar que é doado a instituições de caridade. A única coisa, entretanto, que teve certo retrocesso no EDC foi a questão da redução de danos sobre o uso de drogas: o EDC vetou a participação do projeto de conscientização Dance Safe em sua última edição.
O próximo EDC Las Vegas já está com data marcada para os dias 16, 17 e 18 de junho, e os ingressos podem ser comprados aqui. Abaixo, um pequeno teaser:
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