9 COLETIVOS ALTERNATIVOS QUE MOVIMENTAM A CENA UNDERGROUND EM GOIÂNIA

Como numa frase que li esses dias:
“O mainstream preserva o artista.O underground preserva a cultura.”

Sabemos que a maioria dos artistas que hoje figuram o mainstream já passaram alguns anos no underground tentando um espaço ao sol, pra mostrar e viver da sua arte de forma plena

Em Goiânia, o underground, tanto dentro da música eletrônica, quanto do rock, da música popular brasileira, e de outros movimentos, sempre existiu e tomou força com os anos.

É válido lembrar das icônicas casas que iniciaram esse movimento dentro da música eletrônica underground na capital como Pulse, Casanostra e a mais icônica de todas, a Fiction, que levou nomes a capital goiana que foram de Solomun a Marky, em 5 anos de existência. 

Em continuação a esse trabalho de arado na terra para o plantio de novos movimentos, a alguns anos alguns coletivos são responsáveis por espalhar a palavra da cultura alternativa na cidade, em se tratando do cenário eletrônico. Listamos 9 para ilustrar esse conteúdo, mas são bem mais que isso. Conheça um pouco de cada um a baixo:

NIN92WO

Na contracultura do tradicional, Alex justino encabeça a Nin92wo em Goiânia. Pioneira no Techno, a produtora já resiste a 12 anos e tem números que são verdadeiros marcos em sua trajetória. 

Ao longo dos anos a label tem números e conquistas como:

+ 60 lançamentos como gravadora

Shadow, Deep Loop, Fuga, Lost and Found

15 Ediçoes da Lost and Found

13 Edições Deep Loop

60 Edições Shadow

CADELASOUNDSYSTEM

Como um dos principais eventos representantes e acolhedores da cultura LGBTQIAPN+ na capital goiana, Cadelasoundsystem, festa/movimento criado e comandado por duas mulheres trans DJs e produtoras culturais chamadas CÉU BARBOSA (CADELACÉU) E MILA (LA PRINCESS MILA), comemora seu primeiro ano de atividade na próxima sexta-feira, dia 10 de Maio.
Criado em Abril de 2023, o evento faz seu primeiro aniversário com a presença de um line 100% formado por mulheres trans e travestis, reforçando o intuito de inclusão e visibilidade no cenário artístico para todos os representantes como um todo.
A proposta do evento é exaltar e criar espaços de protagonismo para corpos dissidentes através da descentralização dos holofotes, levando para as margens e celebrando culturas, corpos e estilos sonoros subjugados socialmente.

QUARTO

Comandada por DIGITTAL e TOBEATS, o coletivo tem como proposta, desde a primeira edição, é fazer uma festa integrativa, acessível, e ao mesmo tempo apresentar estilos pouco explorados na nossa cena. Dentro desse vasto universo, emerge um submundo sonoro, um espaço onde artistas desafiam as convenções, quebram barreiras e fazem um som que muitas vezes transcende os limites culturais e artísticos preestabelecidos. Nossa música eletrônica marginal abrange uma ampla variedade de subgêneros, como drum n bass, noise, glitch, IDM, experimental, breaks, miami bass, bass music, entre outros, sempre explorando texturas sonoras únicas, incorporando elementos inusitados e sons não convencionais, reafirmando nossa intenção também com intervenções visuais e performances artísticas. Mas música eletrônica marginal não é só isso. Música eletrônica marginal é resistência.

Acreditamos na festa como um componente fundamental da cultura humana, desempenhando um papel significativo na expressão de identidades e na construção de comunidades. Somos parte de uma nova comunidade, diversa, contracultural, inclusiva, atenta ao micro e ao macro, e acreditamos no conceito de festa também como instrumento político e revolucionário.

Nossas edições não apenas expandem os horizontes da cena, mas também convidam os participantes a explorar novos territórios sonoros, a desafiar suas próprias percepções e a mergulhar em uma experiência que transcende as fronteiras convencionais.

ANTICOOL

A Anticool foi idealizada como um núcleo musical coletivo decentralizado (gestão rotativa, não-hierárquica e colaborativa aberta ao público geral) de música subversiva, disruptiva e fora do radar em 2019 por Lucas Curado aka. MBCX8 aka. Lucas Anti. 

Seu primeiro evento Dionisio foi o marco que culminou em mais de 50 festas, como Anticlube, No-soft, Perdidona 2.0, Rawmeat e outras diversas, entre 2019 e 2024, trazendo diversos DJ e Artistas/expositores da cena underground eletrônica Goiana e do centro-oeste, para o conhecimento do publico geral e sendo influência para vários núcleos que hoje compõe o movimento eletrônico da cidade.

Sobe o mote de Techno, Movimento e Liberdade, constrói um espaço seguro para diversidades se expressarem em suas várias formas dentro da cultura eletrônica fomento o movimento e edificação cultural em suas infinitas formas, gêneros e orientações tanto dentro quanto fora da pista de dança, seja na arte ou na música. 

O que cresce no subterrâneo e no underground guia e norteia as ações da Anti, que hoje se centraliza em 3 pessoas Tayran (aka. Nyat), Markin e Curado, buscando reacender os trabalhos do Núcleo sobre o pretexto da Música Eletrônica que confronta tanto o status quo como a crescente comercialização dentro da esfera musical.

QU3BRA

O Quebra nasce da ânsia de evidenciar a pluralidade musical, de gênero e classe.

Como o próprio nome pontua, a ideia é a quebra de preconceitos, conceitos engessados e o fortalecimento do acesso ao público e artistas das periferias vulgo quebradas.

Misturar sonoridades e pessoas levando entretenimento de qualidade respeitando a diversidade. Uma verdadeira salada cultural. Baile de Rua + After Club

A primeira edição aconteceu no dia 06 de Setembro de 2023 e reuniu mais de 20 artistas de vários gêneros musicas como: Rap, Funk, Electro, House, Breakbeat, valorizando os artistas locais e firmando a consistência do evento no cenário cultural goiano.

LOCOMOTIVA

A Locomotiva, iniciada por Liara em 2019, é um projeto de intervenções artísticas voltado para a música eletrônica. Desde então, tem promovido eventos, workshops, atuado como agência, curadora musical, lançadora de música e por meio de ocupações. O objetivo é unir artistas, musicistas e entusiastas da cena eletrônica, proporcionando a oportunidade de se inspirar, fazer amizades e compartilhar ideias em um ambiente acolhedor, equilibrado, inclusivo e diversificado. Através da extensão Gambira, o projeto também realiza experimentações como rodas de sample e improvisos musicais, fortalecendo conexões na comunidade e para apoiar ONGs/Projetos sociais. Além disso, também teve a iniciativa de criar as extensões Jam e Bloco Forno Elétrico que promovem a união de coletivos locais para realizar eventos em conjunto.

HÍBRIDA

Com a intenção de trazer a luz a provocação sonora em sua carne viva, Híbrida é um encontro entre manifestações sonoras que coexistem dentro da música eletrônica, mas que geralmente não se encontram nos mesmos line ups.

Produzida e idealizada pela Bora Corres, produtora e conectora cultural goiana, tem a curadoria de Salomão Augusto ,d’Os Girassom, onde a principal intenção na concepção da ideia de cada evento tem o principal objetivo de unir artistas através da zona de confronto, lugar que quase ninguém quer pisar, mas é onde todo mundo deveria estar sempre.

Pela pista da Híbrida já passaram diversos artistas locais, mas também estiveram encabeçando os cartazes Cleiton Rasta (AL) em Junho de 2023 e MKJAY(BSB), no mesmo ano em Dezembro.

FORNO ELÉTRICO

Em quase todo o país ou qualquer lugar do mundo temos a mesma reclamação latente entre profissionais da música: a desunião entre a classe em geral.

Na música eletrônica isso não é diferente. Porém, existem muitos exemplos de coletivos que se unem em prol do crescimento da cena, principalmente no âmbito regional em cada estado do país.

Nesse pensamento, um vibrante bloco de carnaval em Goiânia surge da sinergia de 11 coletivos de produção cultural dedicados à música eletrônica. Essa fusão cria uma experiência única, onde batidas pulsantes e atmosfera envolvente convergem para celebrar a diversidade da cena eletrônica local. Com uma programação eclética, o bloco oferece desde DJs com carreiras longínquas e referência para as novas gerações até talentos emergentes, proporcionando uma celebração autêntica, marcada pela energia contagiante da música eletrônica, que transcende barreiras e promove a cultura vibrante da cidade durante o carnaval.

Este projeto foi dado pela iniciativa de três artistas e agentes culturais com presença forte no segmento eletrônico de Goiânia. São eles:

Liara, DJ e produtora com 9 anos de experiência, natural de Goiânia, é integrante ativa da comunidade LGBTQIAPN+. Apaixonada pela música eletrônica em suas múltiplas formas, Liara destaca-se como entusiasta da diversidade musical e da vibrante cena downtempo brasileira. Participa do coletivo Selvática, um projeto dedicado a DJs mulheres. Sua paixão por realizar intervenções artísticas e seu comprometimento contínuo com a promoção de inovações na cena musical de Goiânia resultam de sua vasta experiência na produção de eventos. Entre seus notáveis projetos estão: Take it Easy, um projeto em sociedade, Locomotiva e Gambira. Liara não apenas contribui para a efervescência cultural da cidade, mas também busca incessantemente introduzir novidades que enriqueçam a experiência musical para o público goiano. Liara também atua como Alamoa que já fez parte do Núcleo Gatopardo e atualmente faz parte do time internacional Wumanas.

Tobeats, DJ e produtor a 9 anos, goiano, representante da Festa Quarto, Locomotiva e locutor na Rádio Moov. Suas músicas tem fortes influências do fortes influências da cultura do sample e colagem, com referências no rap, jazz, na música brasileira e latina em geral, étnicas, e experimentais, isso junto ao IDM, minimal, trip-hop, lo-fi, downtempo, ambient, glitch, break, garage e dnb, alguns dos estilos que aborda.

Roan, conhecido como Nubreak, é um experiente produtor cultural, curador de arte, produtor musical e DJ ativo na cena desde 2006. Ele é o cérebro por trás de projetos notáveis como Lowbrow, QU3BRA e Goma. Suas produções exploram as fronteiras entre o Techno e

Breakbeat, refletindo as experiências sensoriais de seus anos em clubs e festivais.

O Bloco Forno Elétrico conta ao todo com 11 coletivos que trabalham diariamente em prolda expansão da cultura da música eletrônica na capital goiana.

NUNES NOISE

O Nunesnoise é um festival colaborativo de música eletrônica que já conta com cinco edições realizadas e uma exposição fotográfica em parceria com o grupo @bubina.raw. Os eventos #nunesnoise se destacam por suas variadas propostas, que incluem exposições de fotografias analógicas, com a participação de mais de 12 artistas de Goiânia, Anápolis, São Paulo e Brasília.

O festival conta com o apoio e patrocínio de empresas locais em Goiânia, como CIV Skateboarding e Cultura, Kaçamba Fashion, Sarau, All Donuts e Bumpin. Esses parceiros contribuem com sorteios e lançamentos de produtos exclusivos, além de performances com projeções de código criativo e mapeamento de projeção.

A estrutura do Nunesnoise é baseada na utilização criativa de diferentes espaços, como o estúdio de música Rectaria Studio em Goiânia, a galeria de arte Lowbrow Lab Arte & Boteco e espaços residenciais na região oeste de Goiânia. A diversidade de locações e a colaboração entre artistas e empresas fazem do Nunesnoise um evento único e inovador na cena da música eletrônica.

Por Salomão Augusto

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