Cour T. emplaca sua primeira venda NFT e destrava um novo nível artístico

Por Valente

Foto de abertura: Phelipe Magalhães (PH)

A fim de posicionar seu trabalho como uma das lideranças no mercado internacional da música, Cour T. entrega ao mundo sua mais nova coletânea sob os cuidados de Claude VonStroke. O lançamento do EP/NFT “Monalisa”, mais que homenagear um dos ícones artísticos mais emblemáticos de toda a história, faz um apelo direto direto para que se valorize a arte.

O jovem Vinicius Bittencourt reuniu três faixas que apresentam um nível ainda mais refinado de sua intrigante síntese sonora: “Monalisa”, “Louvre Love” e “Notre Dame”, sendo esta última disponibilizada exclusivamente para os assinantes do BIRDFEED (o serviço da DIRTYBIRD). A arte produzida para ilustrar o lançamento chamou tanta atenção dos fãs que, junto com a faixa “Monalisa” como trilha, foi usada como base para a segunda venda de NFTs do selo – que esgotou em apenas 24 horas. 

 
 
 
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Para enobrecer ainda mais o lançamento, Cour T. produziu com a JUICE REC seu primeiro videoclipe exclusivo para o EP, que traz como enredo um jovem encapuzado deixando pistas para que Vinicius “siga a arte”. A edição inclui fotografias de diferentes posições em sequência que combinam com o desenvolvimento da música de trilha: “Monalisa”. Roteiro criativo, autêntico e que, no final das contas, conduz a uma exposição de arte!

Bom, diante de tanta riqueza artística e ao som do EP, resta conversar com Cour T. para saber mais detalhes de seu projeto e visões futuras: 

HM – Salve, Vinicius! Bom compartilhar com você esse momento incrível da sua carreira. Você continua crescendo (e muito) ano após ano, mesmo em detrimento dos desafios que vivemos neste período de crise. Qual o seu sentimento ao olhar para toda essa superação? Você acredita que chegou a um novo nível na sua carreira com seu último lançamento? 

Primeiramente agradeço o espaço para estar trocando ideias com vocês! Durante a pandemia consegui me manter a maior parte do tempo produtivo, sei que infelizmente essa não foi a realidade de todos, fomos afetados grandemente com a pausa dos eventos e isso mexe bastante com o psicológico e consequentemente com o lado criativo de cada um, afetando diversos aspectos das nossas carreiras. Fico feliz que tudo está voltando, mesmo que gradualmente, esse sentimento de esperança com certeza nos renova e nos dá motivação para continuar fazendo o que amamos.

Consegui realizar diversos projetos durante esse período, entre eles o release do EP “Monalisa” na DIRTYBIRD. Creio que a cada coisa nova que crio dou um passo a mais na carreira, estamos em constante evolução.

HM – O lançamento de “Monalisa” é uma homenagem e demonstra o quanto você aprecia a arte. Além da pintura e da música, obviamente, deduz-se que há também uma apreciação pelo cinema e fotografia, devido ao videoclipe bastante conceitual produzido especialmente para acompanhar o lançamento da faixa-título. Você considera fundamental estar conectado a múltiplas formas de arte? Isso fortalece ainda mais a sua autenticidade?

Com certeza! Eu acho que estar antenado a tudo, meio que desbloqueia o lado criativo. Diferentes tipos de arte trazem diferentes percepções e pontos de vista. Consumir outras formas de arte te leva pra fora da “bolha”, e te faz realizar algo realmente diferente do que está acostumado. 

A campanha de “Monalisa” foi um trabalho muito diferente pra mim também, o primeiro audiovisual que realizamos, agradeço ao Phelipe Magalhães (PH) e toda a equipe da JUICE REC por terem abraçado a ideia e realizado esse trampo.

HM – A venda do NFT Monalisa esgotou em meras 24 horas e gerou um retorno financeiro interessante para uma primeira venda. Essa nova modalidade de produtos pode se tornar uma surpreendente alternativa econômica para a recuperação dos artistas no pós-pandemia. Como surgiu esse projeto? Você planeja incorporar esse tipo de produto às suas próximas campanhas de lançamento? 

O mercado de NFT já é algo grande no exterior, é uma nova forma de valorização da arte em geral e trouxe de novo a exclusividade das obras. Fui convidado pela DIRTYBIRD para fazermos o lançamento do NFT da “Monalisa”, que consistiu em uma animação de 45 segundos da capa do EP junto à track. Esse novo meio trouxe novos horizontes que podem ser explorados expandindo ainda mais as possibilidades de lançamento e tudo relacionado a isso.   

HM – Além de “Monalisa” ser o segundo lançamento de NFT da DIRTYBIRD (DB), você também foi o segundo brasileiro a fazer venda de NFT na música eletrônica. Com apenas 19 anos, sua música está se consolidando como uma das novas referências nacionais e internacionais no seu nicho, e você segue surfando nas tendências vanguardistas do mercado. O que você poderia dizer para aconselhar artistas que querem renovar suas estratégias de lançamento e impactar mais?

Num modo geral, entender o seu público e como este consome o seu conteúdo. Muitas vezes ficamos presos a fórmulas e tendências e esquecemos de ser autênticos, então buscar trazer algo novo a cada lançamento, um conceito e um propósito para aquilo é algo fundamental para se destacar no meio.   

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Foto: Phelipe Magalhães (PH)

HM – “Monalisa” EP conta ainda com uma terceira faixa de nome “Notre Dame”. Inspirada em um documentário sobre a catedral, a música enfatiza a importância da arte em nossas vidas, mas ela é exclusiva para os assinantes do Birdfeed (o serviço de assinaturas criado pela DIRTYBIRD). Esse intenso relacionamento com o selo de Claude tem sido o fator que mais alavancou sua trajetória e os projetos de vocês estão só começando, eu suponho. Você pode compartilhar conosco algum spoiler sobre os próximos projetos que vêm pela frente?

Sou grato pela DIRTYBIRD ter me acolhido tão bem, assim como sempre fez com todos os artistas brasileiros que lá estão. No início de julho saiu o line up do Dirtybird Campout, a label party que rolará na Califórnia em outubro. Vou ter a honra de me apresentar novamente por lá junto aos grandes nomes da cena mundial.

HM – Pela Twitch da DB você apresentou vários episódios do “The Brasil Show” e, recentemente, passou a receber outros brasileiros para estreitar os laços com o selo. Em um período de escassez de gigs, esse trabalho é fundamental para se manter ativo e bem relacionado na cena, a fim de estar pronto para o retorno – que não deve tardar. Quando suas novas turnês internacionais forem marcadas, você certamente deixará o país em uma condição melhor daquela que começou na pandemia e sua marca seguirá trabalhando através dos projetos que você lidera hoje. Há outras visões para ampliar a presença da marca Cour T. no mercado? 

Por enquanto o foco será os eventos, se apresentar para diversos públicos e levar minha música pelo país. Em projetos a longo prazo penso sim em ampliar a marca, talvez a criação de uma label e label party.

HM – Sua identidade sonora pode ser caracterizada de várias formas, menos de “comum”. É um tech house bastante percussivo, dançante, acompanhado de texturas exóticas e synths psicodélicos que podem parecer estranhos. O conceito mais factível de criatividade é mais semelhante com a combinatividade, algo que o seu som revela bastante. No seu último EP, por exemplo, é possível ouvir sons que parecem ter saído de jogos clássicos de nintendo. De onde vêm tantas peças que compõem esse belo quebra-cabeça que é a sua concepção musical?

Essa é sempre a pergunta mais difícil [rs]! Tento absorver e aplicar do meu jeito tudo aquilo que consumo. Dentro da música sempre gostei de sons diferentes e que fogem de padrão, as referências ajudam a formar essa nossa concepção.

HM – É realmente inspirador ver um brasileiro ganhando tanta proeminência no mundo. O próprio boss Claude VonStroke disse que “gostaria de ter 10 músicas com essa vibe” e recentemente você recebeu suporte do Claptone. Você sente que agora tem mais responsabilidade ao influenciar esses artistas? Como você lida com essa cobrança?  

Acho que não tenho tanto essa cobrança de agradar outros artistas, faço o que eu realmente gosto. Porém, sou muito grato a todos que curtem e tocam meu som. Ainda é meio estranho pra mim ver alguém do outro lado do mundo dando suporte para as tracks que fiz, sem a menor pretensão, aqui no home studio.

HM – Sua presença artística nas redes revela uma personalidade leve e que preza pela diversidade. Você costuma usar roupas de cores claras, publica imagens conceituais e traz até mesmo retratos informais do seu dia a dia, sem ficar muito engessado em padrões profissionais. Isso é construído com uma assessoria ou é estabelecido de forma muito natural por você? Como construir uma identidade artística autêntica sem se preocupar com rótulos? 

É uma mistura dos dois. Hoje trabalho junto a Next Management e botamos em prática aquilo que penso. Sem dúvidas, ter profissionais no time agrega muito, mas como o próprio nome diz: consiste em uma assessoria, uma ajuda. Isso confunde muito na cena, pois vejo muitas vezes a forçação de barra para construir personagens dentro do cenário causando assim esse engessamento.

A não naturalidade causa uma certa desconexão com o público. A preocupação desesperada em construir algo autêntico às vezes não constrói e pode soar meio clichê, mas o “segredo” da coisa é ser você mesmo.

HM – Para encerrar, quero te deixar uma pergunta pessoal: porque o Vinicius faz música?

Sempre fui muito curioso e um pouco nerd para as coisas. Quando mais novo, estava sempre inventando algo pra fazer, algo que me tirasse da zona de conforto. A música foi onde me encontrei. O poder de expressão que ela te dá é inexplicável e quem é da área acho que entende bem do que to falando. O sentimento de botar tudo aquilo que está borbulhando na mente em algo concebível é extremamente gratificante.

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