Entrevista e Podcast exclusivos do alemão AGENT!

Por: Nazen Carneiro, da coluna Todobeats

Andreas Schrek é alemão da cidade de Würzburg, tem 34 anos e é DJ, produtor e remixer, conhecido no cena mundial da música eletrônica como AGENT!

Viciado em hip hop no final dos anos 90, sua relação com os scratches e samples da discotecagem negra americana pavimentou o caminho para que ele se conectasse com a discotecagem da música eletrônica. Seu poderoso tech house tem grande presença de palco e gera feelings da pista dignos de um veterano. No seu currículo estão apresentações na Coreia do Sul, China, Japão, Tailândia, Malásia, além de quase toda a Europa, Estados Unidos, Colombia, México, Panamá, Costa Rica, Republica Dominicana, Marrocos e, claro Brasil. Seja no D-Edge, Fabric de Londres, WOMB em Tokyo ou no Tresor em Berlin, `AGENT! in the mix` tem chamado a atenção do público e da indústria; o cara lançou suas produções por nada mais nada menos que dezessete selos diferentes, incluindo alguns dos maiores e mais representativos labels do mundo: GET PHYSICAL, COCOON REC., DESOLAT, MOON HARBOUR, LAPSUS MUSIC. 

 

HOUSE MAG traz para você além desta entrevista, um set também exclusivo, gravado pelo alemão AGENT! especialmente para esta entrevista à coluna TUDOBEATS.

 

“Uma track precisa ter um fator que seja reconhecível, uma marca. Eu curto muito produções que prendem na cabeça. Está tudo ligado ao que você sente.”

HOUSE MAG. Andreas, é um prazer conversar contigo! Eu gosto de perguntar aos artistas entrevistados na coluna TUDOBEATS quais músicas eles estão ouvindo neste momento, no seu pen drive, no carro, enfim… Pode nos contar cinco delas?

– Jorge Ben – Tropical
– Guru – Jazzmatazz vol1 & vol2
– DJ Shadow – endtroducing
– Tony Touch – The Five Deadly Venoms Of Brooklyn Mixtape
– St Germain – Tourist

HM. “Sempre focado na pista” é uma frase atribuída ao seu trabalho. Você planeja um set diferente para cada lugar que você toca? Como funciona esta seleção das tracks para você?

AGENT. Eu não planejo tocar certas tracks. Eu gosto de ser espontâneo e reagir à `necessidade` da pista. Eu nunca planejo um set, assim deixo meu próprio espaço onde a mágica acontece. Eu adoro `testar` minhas tracks mais novas, inserir alguns clássicos underground e algumas coisas que ainda não foram lançadas. Isto faz do meu set interessante e eu nunca perco a paixão ou deixo de me divertir tocando.

 

HM. Você manteve residência longa no famoso `Airport Club` de Frankfurt. Como foi trabalhar tanto tempo num club mudou sua música?

AGENT. Basicamente eu cresci no Airport Club. Eu tive o luxo de ser influenciado diretamente por caras como Sven Väth, Jeff Mills, Loco Dice, Carl Cox e Armand van Helden quando eu tinha 16 anos, antes até de começar a tocar lá. Então, claro que o Airport Club influenciou diretamente meus primeiros passos na vida de DJ.

 

HM. Você descreve a si mesmo como “inspirado pelas raízes do Hip Hop”. Quais artistas dessa linha você tocaria para sempre?

AGENT. Biggie, Busta Rhymes, Snoop & Dre, Method Man e Redman estarão sempre fervendo!!

 

“Foram cerca de 10 anos até o mercado nacional enxergar o valor artístico acerca do alemão, com quem já tinha amizade de longa data, fruto da minha residência de 15 anos na Europa. Hoje, após ele ter lançado por gravadoras muito expressivas como Desolat, Moon Harbour ou emplacado o hit “Can U Dig it” pela reconhecida Get Physical, o Andreas já conta com duas turnês no Brasil, passando por clubs como D-Edge e Vibe Club, reforçando sua singularidade enquanto produtor musical. Seu carisma atrás das pick ups é outro diferencial. Energético e sensível ao ler e interpretar as reações da pista, conduz a noite com maestria e faz parte do seleto time da mais nova agência nacional, a Konnekt Bookings, que o representa na América do Sul com exclusividade ao lado de diversos outros grandes nomes consagrados do cenário mundial.” Rodrigo Nickel, DJ Produtor e Manager do selo Decibel

HM. Muitos artistas dizem que “Agora é hora de estar no Brasil”. Como você vê esta afirmação?

AGENT. Sim, eu vejo que a cena eletrônica no Brasil está crescendo cada vez mais e isso é fantástico. Eu estive no país duas vezes – a última neste verão – e todos os clubs e festas em que toquei estavam lotados, muito obrigado pelo apoio de vocês! O Brasil é um país muito legal, cheio de pessoas queridas e muitas faces diferentes.

 

HM. Você costuma trabalhar em colaboração com outros músicos? Como escolhe seus parceiros?

AGENT. A maioria dos meus projetos eu trabalho sozinho mas às vezes rola sim, aí chamo amigos mais próximos. O mais importante é conectar a vibe. É muito com complementar um ao outro e ter um resultado surpreendente. É isso que faz uma colaboração interessante e útil.

 

HM. Quando você está a ouvir outros produtores, o que mais chama sua atenção?

AGENT. Eu preciso de uma bateria gorda, um feeling `pra frente` e aquele som orgânico bem linear. Uma track precisa ter um fator que seja reconhecível, uma marca. Eu curto muito produções que prendem na cabeça. Está tudo ligado ao que você sente. Eu reconheço rapidamente se uma track é especial ou não. Às vezes é apenas um groove ou um sample, está tudo ligado ao feeling que a track te traz.

 

HM. Ser um artista da Cocoon Recs mudou sua carreira? Qual o real impacto de estar num selo tão forte mundialmente?

AGENT. Depois de dois lançamentos pela Cocoon Recs. eu tive mais atenção dentro e fora da Europa. Então isto ajudou a promover meu trabalho mundo afora bastante, eu acho. E como eu cresci ouvindo selos como Cocoon Rec., Get Physical, Desolat e Moon Harbour eu realmente me sinto honrado de ter minhas músicas lançadas por estes selos `pesos-pesados`.

 

HM. Obrigado por este set exclusivo para a coluna TUDOBEATS na HOUSE MAG, eu curto muito o seu trabalho! Bom, por último mas não menos importante gostaria que você nos contasse se prefere tocar as tracks de artistas desconhecidos ou de artistas mais calejados. Existe este diferença para você ou apenas o som é o que interessa?

AGENT. Obrigado! Com certeza não tem a ver com o nome ou fama. Aqui quem toca é o som. É meu trabalho selecionar as boas tracks do infindável `mais do mesmo` que chega até nós todos os dias. Então eu ouço muita coisa, procuro sempre novos artistas e músicas. Se for um grande nome é claro um sinal de qualidade do artista e geralmente você não ficará desapontado ao checar os últimos trabalhos de tal artista, mas muitos novos produtores são bastante habilidosos e estão produzindo um som sensacional!

 

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