De Deadmau5 a Four Tet, DJs protestam contra Trump após decreto contra cidadãos do Oriente Médio

Por: Anderson Santiago

A comunidade eletrônica não reagiu bem ao decreto que o presidente norte-americano assinou na última segunda-feira (30/01) proibindo a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) em solo estadunidense. Muitos, após saberem da ordem, usaram as redes sociais para protestar contra as maluquices que o novo presidente tem implementado em seu governo.

Vale lembrar que um dia antes, o DJ inglês Dave Clarke fez até agora um dos protestos mais duros contra o presidente. Em um post em sua página do Facebook, ele disse que não vai pisar em solo norte-americano nos próximos quatro ou oito anos (caso Trump seja reeleito): “Eu simplesmente não posso considerar ir aos EUA profissionalmente enquanto houver um presidente misógino, narcisista e racista no cargo, e talvez minha autorização de trabalho não seja renovada devido à sua política de `contrate um americano`”.

Clarke aproveitou para esclarecer que, embora tenha elucidado a sua decisão, não está propondo nenhum boicote contra artistas americanos de qualidade: “Aqueles que estão nos Estados Unidos ou que nasceram lá e fazem boa música ainda terão meu apoio e serão contratados por mim.”

Veja o post e Clarke na íntegra (em inglês):

 

 
 
Outro britânico que decidiu se manifestar contra Trump foi o DJ e produtor Four Tet. Elegantíssimo, ele postou uma playlist somente com músicas de artistas do Oriente Médio. A lista conta com 200 faixas de nomes na sua maior parte oriundos ou residentes nos sete países boicotados. É uma ótima forma de mostrar que a música, muitas vezes, pode ser a melhor forma de se posicionar.

Nesta terça-feira (30/01), o presidente disse que essa atitude não é para banir muçulmanos, mas para garantir a segurança das suas fronteiras. É claro que ninguém caiu na ladainha desse cara e, nas redes sociais, o que não faltaram foram palavras de reprovação contra Trump.

Deadmau5 disse que, após o decreto, seria melhor o presidente mandar a própria mulher, Melania, de volta, já que ela também é imigrante. Marshmello fez uma interessante reflexão: “Um passo à frente de Trump significa 20 passos para trás para a humanidade”. Enquanto Zedd postou uma foto de um protesto contra Trump e a hashtag “resistam”, Nick Murphy (nosso eterno Chet Faker) resumiu tudo que a gente pensou na hora: “Esta é a America fodida”.

Veja algumas reações (em inglês):

 
 
 
Aproveitando o momento, vamos ressuscitar um vídeo de um cidadão nova-iorquino descamisado no metrô que sintetiza o que nós e a grande maioria da comunidade eletrônica quer neste momento: “Mais techno music, menos Donald Trump!”.
 

 
 
 

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