Por: Alan Medeiros
A carreira do italiano Cesare vs Disorder é um exemplo claro de como a música pode transformar a vida de uma pessoa. Cesare é nascido em Palermo, na Itália, mas atualmente tem residência e estúdio fixados em São Paulo. Entretanto, não é raro encontrá-lo em Berlim, Londres, Barcelona, Nova York, Moscow ou qualquer outra grande cidade do mundo para a música eletrônica. O DJ e produtor é um grande entusiasta musical e vive numa rotina constante de viagens e estudo para que seu trabalho e de sua gravadora possam estar cada vez mais em evidência.
Esse ano a Serialism – seu selo – completa 10 anos de vida. No catálogo, nomes como Tale Of Us, Mathew Johnson, Maceo Plex, The Mole e Cassy. Para comemorar essa data tão importante, Cesare confirmou a realização da Serialism World Tour, evento que passará por várias cidades ao redor do globo com festas assinadas pela gravadora. São Paulo está na rota e mais do que isso, terá um calendário anual preenchido com grandes artistas em festas do label. A primeira delas acontece no próximo dia 27, na Casa da Luz em São Paulo. O line up será composto por Cristi Cons, Quenum, Tati Pimont, Insanity, Sabino e claro, o próprio Cesare. Saiba mais aqui. A próxima será numa Warehouse com Rhadoo já, fiquem de olho!Conversamos com o artista que deu detalhes sobre o trabalho da gravadora e os projetos para 2017. Confira abaixo:
HOUSE MAG – Olá, Cesare! Obrigado por nos atender. A Serialism completa 10 anos em 2017 e fará uma tour bastante significativa. Quais são os planos para São Paulo dentro dessa tour? Cesare vs Disorder – Olá, obrigado por me receber! Sim, a Serialism Records está completando 10 anos e wow o tempo voa. Em paralelo com essa conquista estamos trabalhando em uma tour mundial durante o ano inteiro. Passaremos por muitos países, top clubs e festivais, tudo isso sincronizado com uma diversidade de artistas incríveis que fazem parte do nosso roll, além de alguns amigos da família. Para São Paulo nos preparamos algo muito especial. Acontecerá uma série de eventos a cada dois meses em lugares incríveis, com line ups e produções únicas. O primeiro vai acontecer na Casa da Luz no dia 27 de Janeiro, aonde nós e nossos parceiros da Nova Era iremos apresentar o romeno, membro do selo arpiar, Cristi Cons e o co-fondador (ao lado de Luciano) da Cadenza e também meu parceiro no projeto Azimute, Quenum. Além de mim e alguns bons artistas regionais. Garantimos qualidade de som muito especial e uma super vibe em todos os eventos.
HM – Ao longo desses 10 anos de trabalho, vários grandes artistas já foram lançados pela Serialism. Fale um pouco a respeito dos laços pessoais que você construiu através do trabalho da gravaora? CD – Eu estive visitando o mundo nos últimos 10 anos e toquei junto com muitos artistas grandes durante essas viagens. Quando você se encontra no outro lado do mundo junto com alguns colegas de profissão incríveis, é fácil fazer amizades. Compartilhamos musica e também experiências de vida, uma coisa empurra a outra. Muitos desses artistas amam o que estamos criando com o label, então decidem contribuir de alguma forma, seja com um release, um remix ou tocando em nossos eventos. Eu tive o prazer de lançar música com Tale of Us, Cassy, Maceo Plex, Mathew Jonson, Mike Shannon, Maayan Nidam, Quenum, Alexi Delano, Seuil, DeWalta, César Merveille, Shaun Reeves, Tiefschwarz, The Mole, Kreon, Jin Choi, Sierra Sam, Renato Ratier, Jay Haze, Akiko Kyama, Doutbting Thomas, Walker Barnard e muitos outros artistas estão programados para aparecer no catálogo. E claro, nossos jovens talentos serão mencionados e estarão presentes na cena por muito tempo com certeza, Frank Haag, Loquace, Weg, Salvo Castelli, Frank Storm, Sublee, Monika Ross e Anushka possuem uma importância fundamental para os nossos planos também.
HM – Além de São Paulo, quais são as outras cidades e festas confirmadas na tour? CD – Recentemente tivemos um showcase no festival Epizode/Kazantip no Vietnã e foi maravilhoso. Nós já temos algumas datas confirmadas no Watergate Club (temos residencia la há 7 anos), no Ipse em Berlim, um show case apresentado pelo Unusual Suspects com a crew completa em Ibiza (aonde eu tenho uma residência durante o verão), um show da Off Sonar em Barcelona com o time da FACT, diversos eventos na minha amada Itália e mais alguns no EUA – Nova York e Miami já confirmados. Depois teremos Londres, Paris, Moscou, St. Petesburg com a Special Case, Pequim, Hong Kong, Bankok, Subsonic Festival em Sidney. Também temos muitos outros shows que ainda estão em negociação e que provavelmente serão anunciados nas próximas semanas.
HM – Já temos o line up da primeira festa de São Paulo confirmado, que por sinal está espetacular. O que você pode adiantar pra gente em termos de atrações para o restante do ano? CD – Todas as festas terão um line up bem especial. Estamos tentando oferecer para o público brasileiro algumas coisas novas, diversas caras novas de todas as partes do mundo, mas que falam falam em uma linguagem global, a música. Ainda não posso revelar os nomes do que estamos tentando, mas alguns já estão confirmados e são nomes que já tornam o projeto muito excitante. Rhadoo, Jichael Mackson, Cabanne, Azimute e alguns talentos brasileiros. Iremos anunciar mais nomes em breve.
HM – Como você enxerga o atual momento da cena paulistana? Na sua visão, o público brasileiro está pronto para receber tais artistas ao longo do próximo ano? CD – São Paulo is on fire! Existem tantas festas incríveis acontecendo e eu sinto que agora é o momento de construir algo novo e excitante. Eu amo e respeito o que a D-EDGE vem fazendo e tem feito a mais de uma década, também respeito festas off location como a Savages, Capslock, GopTun e Mamba Negra, que estão fazendo um baita trabalho, trazendo novos sons para a cena off clubs. Respondendo sua pergunta: Sim! São Paulo definitivamente está pronta para mais e nós iremos dar mais a essa cidade inspiradora.
HM – Qual o critério que vocês tem tido com a escolha das locações para as festas em São Paulo? Há uma similaridade com as locações utilizadas nas demais festas da gravadora?
CD – Estamos sendo bem cuidadosos com a escolha de todas as locações. O tema principal sempre será naquele bom estilo europeu, um ambiente de liberdade, em que todos podem se expressar sem se sentirem limitados pelas paredes e regras dos clubs. As pessoas terão uma experiência artística que irá envolver bastante a cidade em si, se sentirão realmente conectados com o local e logicamente pela música, que é a nossa prioridade.
HM – A gente sabe que São Paulo está vivendo um momento efervescente na cena eletrônica, com muitas festas acontecendo praticamente todo fim de semana. Qual fator será diferencial na hora de identificar as festas da Serialism, em relação as que já existem? CD – Eu não quero ser visto como um concorrente pelas ótimas organizações que tem feito um grande trabalho pela cidade há anos. Posso dizer que estamos apenas fazendo a nossa coisa, não tão diferente do que já estão fazendo, mas muito concentrada em trazer algo especial para as pessoas. Eu tenho certeza que esse trabalho irá fazer a diferença de uma forma totalmente natural e irá se destacar, como já está acontecendo em diversos países há algum tempo.
HM – Para finalizar, fale um pouco a respeito dos planos da Serialism para 2017, no campo dos lançamentos. Obrigado! CD – Já estão em nosso cronograma de lançamentos: Livio&Roby, San Proper, Ilario Alicante, Jichael Mackson, Alex Kid, Alex Smoke, Cristi Cons, Baby Ford, Cesare vs Disorder, Konrad Black, Mike Shannon, Azimute, Eric Volta, Guido Schnider, Dana Ruh e mais alguns que não podem ser divulgados no momento. É tudo muito excitante e depois de tantos anos percebo que as coisas vão apenas melhorando.
