Review: ELECTRIC ZOO explode, coloca Nova York na rota dos grandes festivais – e deve vir ao Brasil

Por: Gabriela Loschi, de NY

Foto de abertura: Daniel Seth Pagel

* Matérias publicadas originalmente nas edições de 2010 e 2011 da House Mag impressa

Ontem, pouco antes do Eurico anunciar que o Tomorrowland não acontece no Brasil ano que vem, a Plus Talent postou um vídeo do Electric Zoo, em NY, e levantou a suspeita em muita gente: será ele um dos substitutos do Tomorrowland 2017? Apesar de ainda não haver confirmação oficial, tudo leva a crer que SIM, já que a ID&T, que detém o Tomorrowland, também comprou o Electric Zoo e possui o Mysteryland. E ontem Eurico afirmou que trará quatro festivais menores ao país. Podem ir se preparando… Os dois são os mais cotados em vir ao Brasil ano que vem. E para quem não conhece muito bem o Electric Zoo, nós te apresentamos :) Nossa editora, que escreve esta matéria, foi a primeira brasileira a cobrir o Electric Zoo, lá no início, quando o festival ainda pertencia só à Made Events (hoje ele foi levemente reestruturado, pois a empresa foi comprada pela SFX, conforme anunciamos em 2013, mas continua no mesmo local e regido sob seus elementos principais) e a House Mag publicou dois reviews deste evento que acompanhou o crescimento da cena norte-americana, em 2010 e 2011. Conheça:

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ELECTRIC ZOO EXPLODE E COLOCA NOVA YORK NA MIRA DOS GRANDES FESTIVAIS

2011, ano três, 85 mil pessoas. Fim de semana ensolarado, nem frio nem calorzão, clima perfeito. Cercado por águas de todos os lados, a terceira edição do Electric Zoo, de 2 a 4 de setembro no Randall`s Island Park, em Nova York, mostrou a força do crescimento e deu um show de organização. Um festival que em 2009, lá na sua primeira edição, teve dois dias de celebração e um público de 26 mil pessoas. Se já começou grande, colocando-se o peso das atrações na ponta do lápis, podemos dizer que agora estourou de vez. Ele representa exatamente o que está acontecendo com a cena norte-americana, esse boom explosivo da dance music. E aí, quando os Estados Unidos entram na jogada já viu…. ainda mais tratando-se de Nova York!

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O fato é que a Made Events tem o poder de pegar os maiores artistas do planeta e distrubuí-los entre quatro pistas caprichadas. Para um festival sediado nos Estados Unidos, esse é com certeza o chamariz principal, mesmo que alguns headliners se repitam em outros eventos; o EZ não é fraco não e chama os tops DJs em peso. Mas eles também buscam o conceito da música eletrônica em artistas mais undergrounds, com importância e influência indiscutível na cena, seja pela consistência do trabalho, seja por pioneirismo. Sem mencionar novos rostos. E isso atrai amantes da eletrônica de todos os níveis de conhecimento. Pois os Estados Unidos tem uma grande cena undergound, que ficou quase esquecida em alguns clubs e festas isolados enquanto o R&B e o Hip Hop reinavam no mainstream. Se o grande público adepto ao comercial agora lota festivais como o EZ atrás de astros populares, existe também uma respeitável audiência educada e curiosa na cena, atrás de bons sons e não somente da hype, independente de estar no mainstream ou não, que viram no festival uma grande chance de diversão e até um certo alívio. Quem não gosta de uma boa festa ao ar livre?

A organização foi um dos pontos fortes. Se ano passado houve problemas de banheiros e transporte (já que entrar e sair da ilha, quando estamos falando de milhares de pessoas, é complicado), esse ano tudo foi sanado. Colocou-se o dobro de banheiros, todos limpos e pias. Aliado aos ônibus, as pessoas podiam ir e voltar de barco, o que alivou as horas de pico. O problema da poeira foi resolvido com pisos nas tendas. Bares e barracas de alimentação suficientes para evitar filas irritantes. Por outro lado, os preços bem salgados, do ingresso a bebidas. Em compensação, havia torneiras no meio do festival com água potável e elas sim atraiam aguma fila!

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Electric Zoo 2015

Outra mudança foi a área vip, não mais na frente do palco e sim, na lateral. Menos setorização e mais liberdade e igualdade na hora da música. Destaque para as instalações artísticas de artistas emergentes do Bronx. Massagens, body art e muita música distribuída em três tendas e um palco principal, com sistema de som sem deixar a desejar. O design em todas elas foi grandioso, com shows de iluminação, leds e estruturas que muitas vezes até tiravam o charme de ver o DJ tocando. Enquanto o artista estava lá no alto ou escondido atrás de estruturas, o público com suas alegorias e assessórios, recebia um show de tecnologia e cores.


Os destaques


O ecletismo é marca do EZ, que passeia pelo techno, trance, dubstep, breaks, hip hop, mínimal, progressivo, house e muito electro. Para Gustavo, da dupla brasileira Felguk, que tocou na Hilltop Arena na sexta-feira, a diversidade foi uma boa: “Vi vários estilos diferentes, mais que no Brasil. O público é receptivo e bem aberto, você se sente à vontade para tocar”. O show deles, por sinal, foi cheio de adrenalina como sempre e agradou. Uma das grandes frustrações foi o cancelamento da apresentação do Plastikman, de Richie Hawtin, que fecharia esta tenda. O “furacão” Irene, no final de semana anterior, danificara equipamentos. 

No sábado, uma das atrações principais da Hilltop foi o cara que está levando o dubstep ao maintream, Skrillex, seguido por Dirty South (que comentou com a gente depois: “Não é sempre que se toca em um festival em NY. É surpreendente! A palavra é diversão, é só olhar para as pessoas na pista”), ATB e Ferry Corsten, que encerrou o dia com muito groove e alegria por ver a cena nos states tão grande: “Tocar aqui está cada vez mais empolgante. O Electric Zoo prova a força disso!”. Domingo quem agitou mesmo a tenda foi Boys Noize, que trabalhou num old school entre o techno e o house, misturado a novos hits do seu label, Boys Noise Records. Ele, acostumado a tocar nos maiores festivais do mundo, também babava pelo line up: “Simplesmente incrível. Gostaria de estar assistindo Richie Hawtin (que encerrava a Sunday School Grove quase na mesma hora), uma das minhas grandes inspirações”.

Decorada com formas geográficas vermelhas e pretas no palco e dois telões, a Sunday School Groove, logo na entrada, foi uma das mais conceituais e cheias de techno. No sábado Guti e James Holden fizeram um bom trabalho, mas quando Steve Bug entrou, no meio da tarde, seu carisma e técnica criaram uma vibe especial. Carl Craig dispensa palavras – seu techno sempre redondinho caiu perfeito para local e horário – e Danny Tenaglia fechou com aquela categoria! 

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Domingo Ida Engberg tocou por dois. Umek cancelou a gig por uma intoxicação alimentar e a suéca mandou ver no techno, tech-house e mínimal. “Foi sensacional, eu amei!”, contou. Chris Liebing agitou com seu techno dark, sem muitas melodias, porém profundo e cheio de linhas de baixo. “O Electric Zoo é fantástico, não tem como não gostar, no meio de NY, com um público maravilhoso e feliz! Procurei deixar uma atmosfera sexy”. Sim, ele até fez. Mas sensual mesmo foi a atmosfera deixada por quem tocou logo depois dele: Gui Boratto. Com a bandeira brasileira, Gui fez um dos sets mais envolventes e melódicos de todo o festival, deixando o público emocionado e com gostão de quero mais. Ele foi inclusive eleito O MELHOR SET DE TODO O FESTIVAL por uma revista norte-americana – sim, nosso brasileiro. Na época, fizemos até um vídeo sobre a apresentação dele mostrando a vibe e a galera, confira aqui:

Logo depois dessa apresentação histórica do Gui, Nicolas Jaar, um garoto de 21 anos que apareceu na cena há pouco mas já vem chamando a atenção pelo bom gosto e qualidade nas produções, superou as expectativas e arrancou uma porção de aplausos quando deixou o palco com sua banda. Fez um show lindo, melódico, astral, intimista mas dançante, inovador no formato e orgânico. Daí foi Dubfire (que chegou na sexta só para curtir o som e encontrar amigos) e Richie Hawtin. Nem dava vontade de sair de lá. 

Essa mesma tenda na sexta foi dedicada a Carl Cox and Friends. Passaram por ela, além do astro do techno inglês, o alemão Loco Dice, que mandou um som entre o techno e o house e aproveitou para rever amigos: “Foi maravilhoso tocar aqui e, como já morei em NY, encontrei muita gente”. Josh Wink, The Martinez Brothers e o homem forte e calejado da cena nova iorquina Victor Calderone: “Nova York finalmente está no mapa e tendo um grande momento. Após longa espera, temos um festival realmente bom e importante que é o Electric Zoo. Dá pra ver o quanto as pessoas amam a música por aqui”.
 

Outros palcos

Pela Red Bull Riverside passaram Infected Mushroom, a invasão de Joachim Garraud, Super Mash Bros, 12th Planet, o beatbox londrino de Beardyman, Crookers, Tommy Lee & DJ Aero. Foi uma tenda também variada, assim como o palco principal, que na sexta recebeu o headliner Tiesto, logo após a explosão do electro-house-techno comandado por Moby – abarrotado de energia. Benny Benassi e Rusko também agradaram a um público jovem e sedento por energia. 

O sábado teve o encerramento da banda Bloody Beetroots, logo após David Guetta, Above & Beyond, John Digweed, Sander Van Doorn… E aí foi uma das maiores esquisitísses, colocar o Digweed no palco principal logo após o set eletrizante do Sander e a química redondinha do Above. Todo mundo ficou perdido e mesmo seu público grande e fiel parecia não estar na mesma sintonia, ao menos não naquela hora nem naquele lugar. Se a lenda do techno tivesse tocado em outra tenda talvez fosse bem mais apropriado. Em uma conversa posterior com Digweed, ele me contou que foi uma tentativa de apresentar algo novo a este público que está chegando agora na cena, mas que não deu muito certo. No dia eu não entendi muito bem e critiquei, mas hoje acho louvável que o festival tenha tido essa coragem de experimentar e tentar. Parabéns Electric Zoo!


O domingo

No domingo, último dia, passaram pelo palco principal Calvin Harris, Snoop Dog com seu DJ Snoopadelic, Chromeo, Afrojack – que carregou no comercial e deixou a pista mais que efervescente para o headliner do festival: Armin Van Buuren. À essa altura a energia de pura celebração se mantinha, um mixto de quero mais com quero minha cama, pessoas indo embora mas a grande maioria permaneceu e pôde ouvir a clássica “In and Out of Love” cantada por Sharon den Adel, explodindo num electro-trance poderosíssimo enquanto fogos saiam do palco. Mãos erguidas pulavam, gritavam e não acreditavam que estava chegando ao fim. Quando Armin proclamou o game-over e todo mundo pensou ter mesmo acabado, mais fogos ainda estavam por vir e ele retornou tocando “This Light Between Us”, dessa vez sim, a última. Fechou com categoria, goste ou não do seu estilo. Pontualmente às 11 da noite. Como manda o figurino do primeiro mundo.

Deixou muita gente que pensava em ir dormir, com vontade de uma after-party. As oficiais aconteceram na Pacha, mas todos os outros produtores de eventos de dance music na cidade, de olho no festival, montaram suas programações de acordo com o schedule do mesmo, o que mostra que o Electric Zoo já está, realmente, mexendo com as estruturas de uma das metrópoles mais importantes do mundo, a começar pelo fluxo de turistas que estão vindo. Foram 102 nacionalidades, segundo a organização, incluindo uma porção de brasileiros, como os paranaenses Fabricio Lux e Victor, que escolheram a data de embarque à Nova York para coincidir com o festival: “Nós viemos para ver os melhores do mundo!”.

Será difícil, pra não dizer impossível, chegar num ponto de mobillizar toda a cidade, como acontece em Detroit, por exemplo, e outros locais, quando tudo gira em torno do festival. Seria pedir demais a Nova York e aos seus mais de 8 milhões de habitantes. Mas, ainda assim, o EZ já está longe de ser uma agulha no meio do palheiro. Já tem gente ansioso fazendo planos para 2012 e a organização já está coletando opiniões para montar o line up. Só entrar no site e palpitar: www.madeevent.com/ElectricZoo.


ELECTRIC ZOO 2010 – SEGUNDA EDIÇÃO – TAMBÉM ESTIVEMOS LÁ E DE QUEBRA EMBARCAMOS PARA UM FETSIVAL MENOR NA CALIFÓRNIA NA SEQUÊNCIA, CONFIRA :)


Por: Gabriela Loschi, de NY 

Foi em um final de semana ensolarado de setembro que 50 mil pessoas invadiram os gramados do Randall’s Island Park, uma ilha logo ali, entre Manhattan, Bronx e Queens. Pelo segundo ano consecutivo, o Electric Zoo atraiu amantes da dance music de todo o mundo, e se tornou a maior celebração de música eletrônica da maior cidade de seu país. Bala na agulha não falta. Com um line up poderoso e inédito – encabeçado pelos europeus Chemical Brothers e Armin Van Buuren -, escolhido a dedo pelos produtores Laura De Palma e Mike Bindra (Made Events), o festival coloca Nova York de volta ao circuito de excelência do mainstream eletrônico mundial. Há muito que a cidade havia perdido suas “open-airs”, e os grooves sintéticos se escondiam no underground de alguns clubes e festas isoladas, especialmente no Brooklyn. O EZ não só é hoje a única opção para os nova-iorquinos que viajam pelo mundo em busca de grandes festivais, como está se tornando uma alternativa na rota dos ravers internacionais. Francois Lavigueur chamou a caravana diretamente de Montreal, no Canadá, para os dois dias de festa: “Nos apaixonamos pelo line up e a energia de NY é incomparável”. A bandeira do Brasil também estava lá no meio da multidão: “Clima bom, energia calma, pessoal feliz, com certeza já está fazendo história. Me senti em casa!”, afirma Bruno Moraes.

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Electric Zoo 2015

Ao todo, mais de 60 artistas se apresentaram em três tendas e um palco principal ao ar livre, das 10h às 22h, no sábado e domingo. Mesclaram-se ritmos e tendências da house music, electro, trance, techno, hip hop, vocais marcantes, e até momentos de ragga e dub-step. No Red Bull Academy Stage, destaque para Flying Lotus, que agradou com o remix de “Idioteque”, do Radiohead, e fechou com a nova “Do the Astral Plane”. Inspirada numa selva, a Sunday School Grove foi encerrada no sábado pelos breaks afinados de Richie Rawtin. 

No domingo, o house progressivo de John Gigweed contagiou. Na Hilltop Arena, o nova-iorquino Kaskade colocou todas as mãos para cima quando lançou um remix de “Like a Prayer”, da Madonna, e fechou com “Move for Me”, hit seu em conjunto com Deadmau5. “Eu amo o Brasil!”, declarou em entrevista exclusiva para nós. Outro destaque da tenda vai para Chuckie, com suas batidas explosivas de deep house, e com o remix de David Guetta – um dos headliners do ano passado -, “Sexy Bitch”, que colocou todo mundo pra dançar. “A chegada desse festival em NY muda todo o sentido da cena na cidade. Acho que agora estamos prontos para competir com os grandes festivais europeus. O lugar é fantástico e eu posso dizer que hoje essa é a melhor festa dos Estados Unidos”, afirmou Chuckie. Axwell encerrou. 

No domingo, a tenda estremeceu com Sander Von Doorn, Above & Beyond, Wolfgang Gartner, D-Ramirez e Chris Lake. O palco principal recebeu 16 artistas, entre eles Chemical Brothers, Benny Benassi, Dirth South e ATB, no sábado e, no dia seguinte, foi a vez de Armin Van Buuren (com seu novo release “Mirage”), Fedde Le Grand, Boys Noise e Moby, que arrancou até lágrimas com uma versão de Underworld, da eterna Born Slippy. Conseguiu quase o mesmo efeito com suas próprias “Porcelain” e “The Stars”.

Não fosse o número insuficiente de banheiros e os poucos ônibus colocados à disposição para a volta, o que causou um grande estresse com direito a empurra-empurra, a organização estaria impecável. Durante o dia, o show da paisagem urbana conversando com as águas da ilha. À noite, um casal de orientais pensava, no momento em que o Chemical iniciava sua apresentação com “Galvazine”: “Bem vindos! Estamos em um dos centros mais iluminados do mundo!”

 

E DO OUTRO LADO DO PAÍS…

Com o fim do calor no Hemisfério Norte, o sentimento de “aproveitar enquanto é tempo” cresce, e de preferência a céu aberto. De carona nessa onda, fomos parar na costa oeste americana, mais especificamente em São Francisco, para conferir de perto um festival alternativo tipicamente californiano: o Treasure Island Music Festival, que aconteceu entre os dias 16 e 17 de outubro. Encontramos um festival lindo, envolvente, todo colorido e extremamente bem organizado, trazendo no line up grandes nomes como Deadmau5 e LCD Soundsystem no sábado, dia dedicado aos timbres eletrônicos, e Belle & Sebastian no domingo, quando a atmosfera foi tomada pelo rock alternativo. Em ambos os dias a música rolou das 12h às 23h.

Ao chegar na ilha localizada bem no meio da Baía de São Francisco, um primeiro impacto, ao menos para quem não foi preparado: Um frio terrível, agravado pela topografia da cidade que valoriza as ventanias. Agasalhos nas mãos, as coisas boas do festival inevitavelmente prevaleceram. A começar pela vista panorâmica para a Golden Gate Bridge e o Alcatraz, tudo, claro, cercado por muita água.

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Quanta coisa havia para fazer e comer naquela ilha charmosa! E o melhor de tudo: A preços bem camaradas. Se a variedade gastronômica impressionava, as manifestações artísticas estavam por toda a parte, de coletivos carnavalescos a jogos malucos, barracas de mosaicos a oficinas de tecelagem. Isso sem falar da feira de roupas manufaturadas, sapatos, bolsas, e todo o tipo de trabalho artesanal. Tudo era possível na ilha dos tesouros. Com tantas distrações, chegar aos dois palcos, ou seja, no objetivo principal do festival (a música!), às vezes era uma tarefa demorada…

Divididos em dois palcos a céu aberto, a sequência do line up de um só iníciava ao término do outro, alternância positiva para quem gosta de assistir a todas as atrações. O sábado foi tomado por uma atmosfera alegre e empolgante, sendo destaque do segundo palco (Tunnel Stage) a banda suéca Miike Snow, que na onda do new rave trabalhou num progressivo electro poderoso entre as duas apresentações mais esperadas do dia: No Bridge Stage, o extremo da euroria foi a apresentação de Deadmau5, quando a pista principal se transformou em uma muralha de gente pela qual era impossível adentrar. Muitos gritos, desmaios, e a batida seca e envolvente de um dos maiores ícones da house music contemporânea. 

Para fechar a noite, LCD Soundsystem tocando os clássicos, em um show sempre histórico. Os “garotos” do !!! também fizeram um show efervecente e perfomático. No domingo a chuva irritou, mas o clima passifico prevaleceu. Belle and Sebastian encerraram o line up do festival com músicas do novo trabalho, “Write about love”. Apesar de terem feito com que todos fossem embora do festival cantando e pulando contagiados pelo seu indie pop, a energia vibrante e envolvente do sábado, definitivamente, não existiu no último dia. 

É na costa oeste onde acontece um dos maiores festivais do país, o Coachella, além de estar próxima do deserto de Nevada, que abriga o intrigante Burning Man, e de ser cenário para outras grandes festas que pulsam por lá. Nesse contexto, o Treasure Island se consagra como uma alternativa grandiosa, extremamente organizada, de estrutura impecável, e de muito respeito ao seu público. Além de ser um “tastemaker” da cena, trazendo grandes nomes, junto com consistentes e boas bandas do circuito underground do país e também de fora, como os europeus do Little Dragon. “A música eletrônica sempre fez parte do circuito underground e independente na California, e mais especificamente em São Francisco. O Treasure Island fala com essa comunidade, e está ajudando a empurrar a cena para as massas, nos Estados Unidos”, explicou-nos Bryan Duquette, produtor do festival (Another Planet Entertainment).

De tudo isso ainda ficou o gostinho de quero mais. O jeito é esperar o ano que vem… 

 

 

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