Por: Lucas Arnaud
“Possivelmente, eles queriam 3 horas de uma longa e constante narrativa – e eu ofereci algo que não correspondeu às suas expectativas”.
Nina Kraviz realizou uma performance no South Beach Reserve, em Melbourne (na Austrália), a qual muitos dos fans gostaram, mas outra parcela não curtiu tanto, o que é relatado por ela própria em um post no facebook que você pode ler aqui.
No post, Nina fala um pouco da sua escolha de tracks, explicando o porquê delas. Por fim, ela relata que muitos fãs reclamaram do set, inclusive havendo pedidos de ressarcimento do valor cobrado pelo ingresso do show. Um deles deles dizia que “as pessoas queriam ´techno´, mas eu não ofereci nada desse estilo, na opinião deles” – relata Nina, que há alguns meses também começou a misturar um pouco de trance em seus sets.
“De fato, tudo que eu toquei era sim techno, pelo menos na minha própria definicão – que talvez envolva um âmbito mais abrangente” – ela continua. Essa declaração muito provavelmente se refere, por exemplo (e dentre outras), à track “I Want To Be A Stewardess”, que flerta com estilo “drum ´n´ bass” – fato desaprovado por grande parte do público.
É justo que um artista tenha sua identidade, e mais justo ainda que um fã compre um ingresso com a expectativa de ver, ao vivo, aquela identidade surgir durante o set. Mas até que ponto opiniões extremas como “nada daquilo foi techno” se sustentam? Talvez não seja justo vetar a liberdade de experimentação de um artista, que é o principal responsável pela dinâmica e constante renovação que presenteia os diversos estilos não só de música eletrônica, mas da arte como um todo.
